Damares Alves é confirmada no Ministério dos Direitos Humanos
Após série de contraditos, Funai será ligada à pasta da assessora de Magno Malta (PR-ES). Secretaria da Infância ficará com a nova ministra
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro extraordinário da transição governamental, Onyx Lorenzoni, confirmou, nesta quarta-feira (6/12), o nome de Damares Alves para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Pastora evangélica e assessora do senador Magno Malta (PR-ES), é a segunda mulher a compor o primeiro escalão do governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro. A Secretaria da Infância também ficará sob a tutela do futuro ministério.
“O senador Magno Malta até esse momento é meu chefe e está feliz pelo meu trabalho. […] Vamos trazer para o protagonismo políticas públicas para as mulheres”, declarou.
Questionada sobre pautas ligadas ao movimento LGBT, Damares disse que o governo será de paz entre homossexuais e grupos conservadores. “O movimento LGBT é uma pauta muito delicada, mas a minha relação com eles é muito boa. Eu tenho entendido que é possível termos um governo de paz entre o movimento conservador, os LGBTs e os demais grupos. É para isso que a gente se propõe.”
Em março, Damares Alves disse que as mulheres nasceram para ser mães e que, no modelo ideal de sociedade, elas ficariam apenas em casa, sustentadas pelos homens. Mas ao ser anunciada para o cargo, Damares saiu em defesa da igualdade de gênero no mercado de trabalho.
“Nenhum homem vai ganhar mais que uma mulher nesta nação. […] Acabou isso no Brasil”, disse, em entrevista coletiva.
Uma das pautas defendidas pela futura ministra é a proteção aos ciganos, grupo que ela disse sofrer preconceito no Brasil.
Funai
Após uma série de contradições sobre o destino da Fundação Nacional do Índio (Funai), Damares confirmou que o órgão ficará sob a sua responsabilidade no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Pela manhã, um grupo de indígenas protestou contra a transferência da fundação, hoje ligada ao Ministério da Justiça. Damares informou que não havia recebido o grupo de manifestantes até o anúncio de sua indicação.
Até o momento, Bolsonaro anunciou 21 de seus 22 ministros. Falta apenas o Ministério do Meio Ambiente.
Veja como está a estrutura do primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro:
- Casa Civil: Onyx Lorenzoni;
- Secretaria-Geral: Gustavo Bebianno;
- Secretaria de Governo: general Carlos Alberto dos Santos Cruz;
- Gabinete de Segurança Institucional: general Augusto Heleno;
- Advocacia-Geral da União: André Luiz de Almeida Mendonça;
- Banco Central: Roberto Campos;
- Economia: Paulo Guedes;
- Agricultura: Tereza Cristina;
- Meio Ambiente*;
- Direitos Humanos: Damares Alves;
- Ciência, Tecnologia e Comunicação: Marcos Pontes;
- Relações Exteriores: Ernesto Araújo;
- Defesa: general Fernando Azevedo e Silva;
- Cidadania: Osmar Terra;
- Educação: Ricardo Vélez Rodriguez;
- Saúde: Luiz Henrique Mandetta;
- Justiça e Segurança Pública: Sérgio Moro;
- Turismo: Marcelo Álvaro Antônio;
- Infraestrutura: Tarcísio Gomes de Freitas;
- Desenvolvimento Regional: Gustavo Canuto;
- Transparência: Wagner Rosário;
- Minas e Energia: almirante Bento Costa Lima.