Dallagnol se recusa a ir ao Congresso explicar mensagens vazadas
Coordenador da Lava Jato em Curitiba mandou comunicado à Câmara e ao Senado alegando que não falará sobre “mensagens de origem criminosa”
atualizado
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O coordenador da Força-Tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, enviou nesta segunda-feira (08/07/2019) ofício à Câmara e ao Senado comunicando que não irá a nenhuma das duas Casas para falar sobre mensagens vazadas pelo site The Intercept Brasil e atribuídas a ele, a colegas procuradores e ao ex-juiz federal no Paraná e hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Depois de ouvirem Moro e o jornalista e advogado Glenn Greenwald, um dos fundadores do Intercept, os parlamentares avaliam que é necessário receber explicações de Dallagnol, presente em todas as mensagens vazadas até agora.
Leia a justificativa do procurador federal para rejeitar os convites:
“O Congresso Nacional é uma das Instituições mais relevantes em nossa democracia e corresponsável pela definição dos rumos do país, como um dos poderes da República. Como membro do Ministério Público, Instituição essencial à Justiça, tenho por função constitucional desempenhar trabalho de natureza técnica perante o Judiciário, outro poder, situação distinta daquela de agentes públicos vinculados ao Poder Executivo. Esse trabalho técnico consiste em investigar fatos e buscar a aplicação da lei penal de modo eficiente e justo, de acordo com a Constituição e com as leis, atividade funcional sujeita à apreciação do Poder Judiciário.
Diante disso, muito embora tenha sincero respeito e profundo apreço pelo papel do Congresso Nacional nos debates de natureza política que realiza e agradeça o convite para neles participar, acredito ser importante concentrar na esfera técnica minhas manifestações sobre mensagens de origem criminosa, cuja veracidade e autenticidade não reconhecemos, e que vêm sendo usadas para atacar a Operação Lava Jato.”
Ofício-Dallagnol-Câmara by Lourenço Flores on Scribd