Crise no governo: Bebianno diz ter “bombas” ainda não detonadas
A IstoÉ traz neste fim de semana matéria de capa intitulada “A queda do homem que sabia demais”, com informações que podem abalar Bolsonaro
atualizado
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O ex-ministro Gustavo Bebianno, exonerado na última terça-feira (19/2) pelo presidente, Jair Bolsonaro (PSL), teria pelo menos quatro “bombas” que podem abalar o atual governo. As informações são da revista IstoÉ deste fim de semana, publicadas na reportagem de capa “A queda do homem que sabia demais”.
Uma das “bombas” que a revista traz diz respeito à mulher do ex-ministro, a advogada Renata Bebianno. Ela foi a responsável por toda a prestação de contas da campanha de Jair. Segundo a publicação, o casal tem diversas caixas de documentos guardadas em casa, entre eles recibos.
Outro ponto que poderia aprofundar a crise no governo é o fato de Bebianno ter uma lista com todos os nomes dos candidatos do PSL, partido do presidente, nas últimas eleições que receberam, ao todo, R$ 9,2 milhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Amigo próximo de Bolsonaro até então, o ex-ministro costurou acordos regionais para dar suporte à candidatura do atual presidente.
Quase inelegível
Bebianno também foi o responsável por contratar o advogado Antônio Pitombo para defender Bolsonaro na ação apresentada pela deputada Maria do Rosário (PT-RS). Quando os dois eram colegas de Câmara, o chefe do Executivo foi denunciado por “incitação ao estupro” e quase ficou inelegível.
Por fim, segundo a IstoÉ, Renata Bebianno teve um papel importante nesse episódio: ela já atuou no escritório do jurista Sérgio Bermudes, que tem como sócia a advogada Guiomar Feitosa de Albuquerque Lima Mendes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
Com todas essas informações em mãos, no entanto, aliados de Bebianno afirmam que há uma tentativa de selar a paz por parte do ex-ministro, pelo menos por enquanto. Integrantes do governo, como o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também trabalham para tentar acalmar os ânimos e evitar uma crise ainda maior.
Polêmica
O ex-ministro viu o nome dele envolvido em uma polêmica com o clã Bolsonaro após denúncias de que o PSL estava envolvido em um esquema de candidaturas laranja para desviar dinheiro do Fundo Eleitoral. Bebianno chegou a dizer que não havia crise no governo e que tinha conversado com o presidente diversas vezes enquanto ele estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Então, Carlos Bolsonaro, filho de Jair, foi à público dizer que o pai não havia conversado com o ex-ministro. Fato desmentido pelo próprio Bebianno depois, quando áudios de conversa entre os dois foram divulgados. A tensão entre eles ficou insustentável e, na última segunda-feira (18/2), o governo anunciou a saída do ex-ministro.