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“Crimes da Lava Jato”. Em nota, PT pede punição para Moro e Dallagnol

O partido alega que as decisões de Moro e da força-tarefa da Lava Jato não foram equidistantes

atualizado

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Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles
Luiz Inácio Lula da Silva durante evento do PT em Brasília. – Brasília(DF), 24/04/2017
1 de 1 Luiz Inácio Lula da Silva durante evento do PT em Brasília. – Brasília(DF), 24/04/2017 - Foto: Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Em nota divulgada nesta segunda-feira (10/06/2019), a comissão executiva do Partido dos Trabalhadores pede punição para os “crimes da Lava Jato” e classifica como “farsa judicial” ações da força-tarefa, coordenada pelo atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ex-juiz responsável pela condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo que trata do apartamento triplex, localizado no Guarujá, litoral de São Paulo.

De acordo com a nota, as mensagens trocadas revelam que o procurador Deltan Dallagnol não tinha provas de que o apartamento pertencia a Lula e que as investigações mentiram ao relacionar o imóvel a contratos da empreiteira OAS com a Petrobras.

A nota destaca ainda o suposto caráter político das apurações que tiveram como objetivo, segundo o PT, impedir a eleição de Lula ou de Fernando Haddad, em um segundo momento.

Confira a íntegra da nota divulgada pelo PT:

A divulgação das mensagens trocadas entre o ex-juiz Sergio Moro e os procuradores da Força-Tarefa da Lava Jato confirmam, a toda prova, o que o PT e a defesa de Lula sempre denunciaram: Moro, Dallagnol e seus parceiros agiram de forma combinada para criar uma farsa judicial, forjando acusações com o objetivo político de impedir a vitória de Lula e do PT nas eleições presidenciais.

Ao contrário do que afirmam hoje para tentar abafar suas ações ilegais, Moro e os procuradores da Lava Jato ultrapassaram todas as fronteiras da legalidade e do estado democrático de direito. Cometeram crimes contra a liberdade de Lula, contra o direito de defesa e o devido processo legal e, principalmente, contra a soberania do povo no processo eleitoral.

Entre outras revelações, as mensagens provam que:

1) A Força-Tarefa da Lava Jato mentiu sobre o tríplex do Guarujá, pois Deltan Dallagnol reconhece que nunca teve provas de que pertenceria a Lula;

2) A Força-Tarefa mentiu deliberadamente ao estabelecer uma falsa ligação entre o tríplex e os contratos da OAScom a Petrobrás, outro crime confessado por Dallagnol;

3) Sergio Moro cometeu deliberadamente um crime ao vazar diálogos de Lula com a ex-presidenta Dilma, o que foi planejado com a Força Tarefa;

4) Sergio Moro mentiu para o STF ao pedir “escusas” pelo grampo de Lula e Dilma, do qual ele se vangloria em mensagem a Dallagnol;

5) A Lava Jato atuou para impedir a eleição candidato do PT, Fernando Haddad, como está claro nas mensagens para impedir a entrevista de Lula em setembro de 2018.

Não há máscara capaz de esconder a verdadeira face da Lava Jato, que se comprova ter sido uma operação política mal disfarçada como ação de combate à corrupção. As mensagens somam-se à série de arbitrariedades cometidas ao longo do processo e que afetaram não somente Lula e o PT, mas o estado de direito. Nem mesmo a Globo e a mídia que a segue, cúmplices ativas desse atentado contra a democracia, o direito e a justiça, podem mais esconder a realidade.

As revelações do site The Intercept Brasil expõem a real dimensão da trama criminosa, em conversas que cobrem de vergonha o sistema judicial brasileiro. Comprovam a parcialidade de Moro e sua atuação como maestro de uma denúncia manipulada desde o início. Expõem o escandaloso grau de corrompimento de agentes do estado que deveriam defender a lei e promover a justiça mas fizeram o contrário.

As mensagens comprovam, até para os que se recusavam a enxergar os fatos, que Lula é um preso político, condenado e encarcerado sem ter cometido crime nenhum, a não ser o de ameaçar, com a força do povo, o resultado eleitoral tramado pelos poderosos.

Moro e seus procuradores terão de responder por seus atos criminosos – os já conhecidos e os que ainda serão revelados – e pelo papel desempenhado na eleição de Jair Bolsonaro, que os recompensou com a nomeação para cargos elevados na República. São responsáveis pela instalação de um governo que entrega a soberania nacional, retira direitos do povo, dilapida o patrimônio público e mergulha o país na barbárie.

O PT conclama todos as forças democráticas, os movimentos sociais, a comunidade jurídica nacional e internacional a se levantar em repúdio às arbitrariedades agora confirmadas e em defesa do estado direito. O que está em causa é o País, a liberdade e o direito. As arbitrariedades cometidas, caso fiquem impunes, podem continuar atingindo todo e qualquer cidadão e a própria democracia.

Lutaremos pela justiça em todas as frentes: no Judiciário, no Parlamento, nas instâncias de controle da Magistratura e do Ministério Público, nos organismos internacionais e principalmente nas ruas e nos meios independentes de comunicação, para que a vergonhosa verdade seja conhecida dentro e fora do país.

Não descansaremos enquanto não houver a nulidade dos atos de exceção promovidos por Moro e a devida punição para os criminosos da Lava Jato; enquanto não for feita justiça para Lula e restabelecida a plenitude do estado de direito democrático em nosso país.

Punição para os crimes da Lava Jato!

Lula Livre!

Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores

São Paulo, 10 de junho de 2019

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