“Cheio de bandidos”, diz Levy Fidelix sobre ministério de Michel Temer
Em entrevista ao Metrópoles, pré-candidato ao Planalto pelo PRTB dispara contra os governos recentes e fala sobre ser homofóbico: “Jamais”
atualizado
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Mineiro de Mutum e radicado em São Paulo (SP), o empresário Levy Fidelix (PRTB) tenta conquistar o Palácio do Planalto desde 2010, quando estreou na corrida presidencial em seu partido, considerado “nanico” se comparado às legendas tradicionais. Sem tempo de rádio e TV, ganhou projeção após polemizar, durante debate na TV Record, que “aparelho excretor não reproduz”. A frase foi proferida em resposta ao questionamento da então candidata do PSol, Luciana Genro, sobre união estável entre pessoas do mesmo sexo.
Taxado de homofóbico, Fidelix tenta desconstruir a pecha conquistada ao afirmar ter sido “ponto fora de curva”, mas que resultou em enxurrada de ações judiciais protocoladas contra o político: oito no total, todas já encerradas. Apesar disso, ainda tenta reparar a gafe. “Cada um faça do seu corpo o que quiser, só não podem me obrigar a tal”, diz, ao acreditar que o mal-entendido foi desfeito: “Ando Brasil afora, ninguém me joga tomatada, tiro selfie com todo mundo”, disse, em entrevista ao Metrópoles.
A reconstrução da imagem tem um objetivo: o pré-candidato ao Planalto tentará mais uma vez concorrer ao cargo, mas desta vez acredita que com mais competitividade, graças – segundo ele – à reforma política aprovada recentemente no Congresso Nacional. Autoproclamado integrante do centro-direita, ele reconhece semelhanças ao discurso do também pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL), a quem inclusive não descarta estar ao lado em eventuais cenários, mas sem deixar o tom de crítica ao ainda adversário: “Bolsonaro terceiriza o discurso”, pontua.Entretanto, adota o radicalismo do militar, principalmente quando o assunto é liberação do porte de armas para o cidadão comum e a criação de medidas mais drásticas especificamente contra a população carcerária de alta periculosidade, a quem sugere o isolamento em ilhas desertas, em navios-penitenciárias, mesmo como figura de retórica. “Os tubarões ficarão tomando conta deles”, brinca. Outra solução apontada por Fidelix para melhorar o sistema penitenciário seria a construção de presídios agrícolas, onde a metade da produção seria destinada às famílias dos internos e outra parte para custear os gastos do Estado.
Impeachment de Dilma
Fidelix critica as recentes solturas de envolvidos em investigações da Polícia Federal, como a Lava Jato, e, por isso, defende a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Tem que responder pelo que cometeu”, sentenciou. Sobre ter apoiado em 2010 a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), disse não se arrepender, mas avaliou como necessário o processo de impeachment contra a petista.
A Dilma levava o Brasil ao desastre total
Levy Fidelix, pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PRTB
Apesar disso, reclama também do governo de Michel Temer (MDB), a quem acusa de manter um ministério “cheio de bandidos”. “Alguns tem o manto de ser ministro para ter o foro privilegiado, como é o caso do Moreira Franco”. Mesmo com a reconhecida força imputada ao MDB, Levy Fidelix disse descartar completamente qualquer chance de aproximação com integrantes do atual governo em troca de apoio político. “Não preciso desses que aí estão. O povo e o Moro vão cuidar deles”, previu.
Para reforçar o próprio palanque, o aspirante a presidente da República acredita que atrairá outras legendas consideradas pequenas para que, juntos, consigam ultrapassar a chamada “cláusula de barreira”, regra da legislação eleitoral que restringe existência de partidos que não alcançarem percentual de votos.
A esperada aliança, segundo ele, fortalecerá o projeto político do PRTB que, entre outras plataformas, defende a criação do “aerotrem” (sistema de mobilização que fica suspensa, sem atrapalhar fluxos de rodovias) e rechaça o sistema monetarista, com incentivos para o aumento da produtividade como solução econômica.
Críticas a Rollemberg
No Distrito Federal, onde o candidato espera ter uma boa nominata de apoio, o pré-candidato lançou a chapa ao Palácio do Buriti composta pelo advogado Guilherme Trotta e pelo militar Luiz Coimbra. Ambos integram o projeto da sigla comandada por Fidelix para ocupar espaços nas mais diversas esferas de poder. “Vamos fazer de 15 a 20 deputados federais e dois governadores”, acredita.
Sobre o desempenho de Rodrigo Rollemberg (PSB) no comando do DF, a opinião foi curta e enfática: “péssimo”. Na visão dele, além de não ter vocação, o socialista administra mal os recursos da cidade. “Faz pouco, gerencia mal, a máquina é perdulária e sem criatividade. Tem até viaduto caindo”, dispara.
Confira a entrevista completa com o pré-candidato do PRTB