Chacotas e climão: veja bastidores da festa após vitória de Alcolumbre
Eleito presidente do Senado, o democrata recebeu um seleto grupo de convidados na residência oficial para comemorar
atualizado
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Horas após ser eleito presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) recebeu um seleto grupo de convidados na residência oficial para comemorar. A reportagem acompanhou a celebração e traz abaixo os bastidores da festa.
O evento teve conversas, em tom de chacota, sobre o candidato derrotado Renan Calheiros (MDB-AL) e, por minutos, quase uma saia justa. Convidados para a festa, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o presidente reeleito da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), passaram pelo local em horários diferentes e não se encontraram. Os dois são antigos desafetos.
Onyx esteve no evento por pouco menos de uma hora. Cumprimentou Alcolumbre, deputados e senadores. Foi embora pouco antes de Maia chegar. O deputado estava fora de Brasília e ligou para avisar que estava a caminho. A eleição do senador foi atribuída à articulação política do ministro. Já a de Maia, a despeito desta mesma articulação.
A comemoração, que durou até a madrugada de domingo (3/2), foi organizada às pressas por aliados do senador do Amapá. A residência oficial já havia sido solicitada na véspera – no entanto, um grupo de novos senadores precisou se dividir para que a festa acontecesse.
Enquanto uns cuidavam da comida, outros tratavam de garantir as bebidas: vinho, uísque e água. Alcolumbre não bebe. O buffet, montado sobre um aparador da sala principal, ofereceu arroz, carne com molho e salada. A comemoração, que foi acompanhada pela reportagem, coincidiu com o aniversário do pai do senador, que saiu do Amapá para ver a vitória do filho. Políticos locais também marcaram presença.
Sem música ambiente, a maioria das conversas se dava ao pé do ouvido. Alcolumbre era o mais procurado. Distribuía abraços e, a todo momento, era chamado para trás de uma pilastra na entrada da casa para tratar de assuntos particulares. Embora não tenha encontrado Onyx, Maia não escapou de outra saia justa.
A certa altura da festa, após algumas taças de vinho, um senador disse considerar o democrata “muito chato”. Um deputado tratou logo de defender o colega, atribuindo tal fama à timidez do presidente da Câmara, que riu.
Nas rodinhas, o assunto era um só: a análise das estratégias que levaram o grupo de Renan Calheiros (MDB-AL) à derrota e das que elegeram Alcolumbre. Durante a festa, senadores comentavam, em tom de chacota, uma das manobras adotadas pelo grupo de Renan para intimidá-los.
“Isso daqui não é a Câmara dos Deputados” e “Isso aqui não é Câmara Municipal, aqui tem comando” eram frases atribuídas a aliados do emedebista. “Achavam que, assim, a gente ia ficar com medo. Mas eles não perceberam que o Senado, mais do que a própria Câmara, mudou de perfil e esse tipo de ameaça não funciona mais”, afirmou um senador que pediu para não ser identificado.
À reportagem, Alcolumbre contou que não conseguia dormir direito havia cinco noites e que precisaria de ao menos um dia para descansar. Mesmo assim, prometia a aliados procurá-los para tratar da formação da Mesa Diretora e dos comandos das comissões da Casa.