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Cesar Maia recebeu propina da OAS, afirma delator

Ex-prefeito do Rio teria recebido a propina por escritório de advocacia

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FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
Cesar Maia
1 de 1 Cesar Maia - Foto: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE

O ex-prefeito e atual vereador do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM), foi acusado de receber propina da OAS por meio de contrato fictício com o escritório de Sérgio Bermudes, um dos mais conhecidos advogados do país. O depoimento foi feito por um ex-executivo da OAS e delator da operação Lava Jato, Marcelo Tadeu. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

Tadeu é um dos responsáveis pela geração de caixa 2 usado para pagamento de suborno. Ele disse que recebeu uma ordem, em 2013, para que fizesse contato com o escritório de Bermudes para viabilizar pagamentos cujo destinatário seria Cesar Maia. A determinação foi feita pelo então presidente da OAS, Léo Pinheiro, e do superintendente da empreiteira no Rio, Reginaldo Assunção.

O acordo, portanto, foi que a OAS contrataria a firma de Bermudes e pagaria R$ 360 mil em honorários, mas nenhum serviço advocatício foi prestado à empreiteira. Segundo o delator, o dinheiro foi usado para quitar serviços prestados pelo escritório ao ex-prefeito do Rio.

Com base nos depoimentos, o compromisso da OAS com Cesar Maia era antigo. Começou quando a empreiteira se mostrou interessada na concessão de uma via expressa que liga a Barra da Tijuca até a zona norte carioca, a Linha Amarela. Assim, a empreiteira fez uma conta-corrente para estabelecer Cesar Maia, segundo Tadeu.

Durante a delação, Tadeu ainda apresentou troca de e-mails que comprovam o negócio firmado entre os executivos da OAS e do escritório de Bermudes. Por sua vez, Sergio Bermudes é um importante advogado do Brasil. Entre os clientes, estão Eike Batista e a empresa Vale, por exemplo. Cesar é pai do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

O que diz a defesa
Cesar Maia negou a veracidade do relato da delação da OAS e disse que não há “nenhum sentido”. Ele afirma que não tem informação sobre o contrato citado entre a construtora e o escritório. Segundo o ex-prefeito, isso não o envolve.

Em nota enviada à Folha, Sérgio Bermudes também nega que o escritório tenha firmado um contrato fictício com a OAS. “Ciente de que o ex-prefeito havia pedido a nossa assistência também no inquérito, a OAS nos contratou para acompanhamento desse procedimento. Como se sabe, o inquérito pode ser preparatório de uma ação civil pública que, meses depois, foi proposta.”

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