Centrão e oposição se unem e Weintraub irá à Câmara explicar cortes
Ministro terá que ir ao plenário da Casa na manhã desta quarta, quando haverá protestos no país contra contingenciamento nas universidades
atualizado
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Em mais uma derrota imposta pelo Centrão, em parceria com a oposição, ao governo Jair Bolsonaro (PSL), a Comissão Geral da Câmara dos Deputados decidiu nesta terça-feira (14/05/2019), em votação no plenário, convocar o ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Por 307 votos a favor e 82 contrários, além de uma abstenção, o plenário aprovou a convocação de Weintraub para esclarecer os cortes no orçamento de universidades e institutos federais de educação.
Na manhã desta quarta-feira (15/05/2019), justamente no momento em que, do lado de fora da Câmara, haverá uma manifestação de estudantes e professores, o ministro é esperado pelos deputados.
O ministro já tinha sido convocado para comparecer nesta quarta à Comissão de Educação da Casa. Os deputados querem agora que, em vez de prestar esclarecimento a apenas uma comissão da Câmara, o titular da Educação seja interrogado pelo conjunto dos deputados no plenário.
Weintraub não poderá deixar de comparecer: ele foi convocado, e sua ausência implicaria em ser acusado de crime de responsabilidade.
O momento não poderia ser menos propício para o ministro da Educação. Centrão e oposição impuseram essa nova derrota ao Planalto, e Weintraub será submetido a questionamentos no momento em que o prédio do Ministério da Educação (MEC) está cercado por homens da Força Nacional.
O ministro, no entanto, procurou minimizar a situação e, na sua conta no Twitter, afirmou que será uma honra atender à convocação dos parlamentares.
Sinto-me honrado em ir novamente ao Parlamento, desta vez no Plenário da Câmara dos Deputados, amanhã, às 15 horas, para falar sobre o orçamento do MEC e as diretrizes da nossa gestão para melhorar a qualidade da educação do nosso país.
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) 15 de maio de 2019
MEC com portões fechados
A solicitação da segurança extra foi feita pelo próprio MEC, por causa do protesto contra o contingenciamento de R$ 7 bilhões no setor, previsto para esta quarta-feira (15/05/2019). Os portões de entrada do prédio permaneceram fechados durante esta terça (14/05/2019).
“Temos de estar preparados para evitar qualquer tipo de problema. Simples assim”, afirmou o secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel.
“Sempre, quando tem uma manifestação, todas as áreas do governo se preparam para evitar dano ao patrimônio e danos às pessoas, as forças estaduais acompanham”, completou.
Questionado sobre a greve, o ministro Abraham Weintraub não quis falar sobre o tema. Vogel, por sua vez, disse não estar acompanhando o movimento. O secretário-executivo também evitou dizer se há possibilidade de retaliação a dirigentes ou universidades que forem palco de manifestações contra o governo. (Com informações da Agência Estado)