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Por 39 x 26, CCJ aprova arquivamento de denúncia contra Temer

Deputados acataram o relatório produzido pelo tucano Bonifácio de Andrada (MG), pedindo a rejeição das acusações. Caso agora vai a plenário

atualizado

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CCJ temer camara
1 de 1 CCJ temer camara - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Com um placar de 36 votos a favor, 26 contra e uma abstenção, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (18/10), o relatório do tucano Bonifácio de Andrada (MG) que pede a rejeição da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB). Assim, a posição oficial do colegiado foi pelo arquivamento do processo. Além do presidente, são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).

Com a apreciação do parecer, o texto será encaminhado ao plenário da Casa, onde passará pela avaliação dos 513 deputados. O calendário do Planalto prevê a votação para o dia 25, já na próxima semana.

A expectativa da Presidência é que a vitória conferida pela CCJ seja repetida em plenário: enquanto eram necessárias 34 adesões a favor do arquivamento no colegiado, Temer e seus ministros precisam dos votos de pelo menos 342 deputados para não serem investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de obstrução da Justiça e organização criminosa.

A votação ocorreu sob protesto da oposição, aos gritos de “Fora, Temer” e “Não ao tapetão!”. Mas, os governistas comemoraram muito (foto em destaque) quando o resultado saiu. O placar, contudo, foi diferente do previsto pelo Planalto, que contava, no início da manhã, com 42 votos na comissão pelo arquivamento da denúncia.

“O importante é dizer que nós vencemos”, resumiu o vice-líder do Governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP). Segundo ele, o grupo deve trabalhar ao longo do final de semana para garantir os votos no plenário da Câmara.

O resultado, apesar de garantir a vitória ao Planalto, foi encarado pela oposição como um sintoma do enfraquecimento de Temer durante o trâmite da segunda denúncia – no primeiro processo, o parecer, igualmente pelo arquivamento, teve 41 votos a favor e 24 contra.

“Mesmo em um colégio controlado como a CCJ, onde o governo pode substituir membros para ter uma votação artificial, ele já teve um resultado inferior ao previsto”, disse Alessandro Molon (Rede-RJ). De acordo com o deputado, a oposição já contabiliza mais de 300 parlamentares que se manifestarão contra o parecer no plenário.

Veja imagens da sessão da CCJ:

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Segundo o presidente da comissão, Rodrigo Pacheco, natureza da acusação não permitia desmembrar processo
Defensor de Temer, Eduardo Carnelós criticou peça produzida pela PGR
Relator Bonifácio de Andrada conversa com advogado de Temer
Advogado de Temer
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Advogado de Padilha apresenta suas críticas à denúncia

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Segundo o presidente da comissão, Rodrigo Pacheco, natureza da acusação não permitia desmembrar processo

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Defensor de Temer, Eduardo Carnelós criticou peça produzida pela PGR

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Relator Bonifácio de Andrada conversa com advogado de Temer

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Advogado de Temer

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Relator e defensor do presidente: posição contra acusações

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Deputados discutem parecer

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Deputados orientam suas bancadas

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PSB mudou o líder e integrantes nesta quarta (18/10)

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Sessão de debates durou quase 10 horas

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Governistas comemoram resultado

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Andrada apresenta parecer vitorioso

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Ao todo, 66 deputados votaram: apenas um se absteve

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Oposição protesta contra Temer durante a votação

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O autor do parecer vencedor, Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), celebrou a “missão cumprida”. O deputado criticou os parlamentares da oposição. Em sua avaliação, não realizaram uma análise jurídica do relatório. Andrada disse não ter se incomodado com os questionamentos acerca da sua indicação para o cargo. “Todo relator é objeto de críticas e elogios. Não inferi uma defesa do presidente nem do Governo Federal”, comentou.

Quase 10h de discussão
A sessão desta quarta-feira (18) teve início por volta das 10h com a continuação dos debates entre parlamentares. Ao longo do dia, 61, dos 90 inscritos, se pronunciaram: 48 contrários ao relatório de Andrada e 13 a favor. Após intervalo de 30 minutos, os trabalhos foram retomados às 16h, com a réplica do relator e a sustentação das defesas dos três acusados. Aproximadamente às 17h15, essa fase foi encerrada e a Presidência passou a fazer encaminhamentos.

O presidente da comissão, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) indeferiu requerimentos pedindo o fatiamento da denúncia. Segundo o parlamentar, “a natureza do parecer apresentado estabelece uma lógica única em que não se admite o processamento criminal sem ser de maneira conjunta”. Após essa fase, os deputados usaram o tempo de liderança e de orientação de voto para continuar discutindo o documento. Concluídos todos esses procedimentos, a votação pôde ser iniciada.

Durante a tarde, os debates foram marcados pela transmissão de trechos da delação do operador Lúcio Funaro, exibidos a pedido do deputado Júlio Delgado (PSB-MG). O presidente da comissão afirmou que o procedimento não era usual, mas deferiu a solicitação. Segundo Delgado, a intenção era, mediante os fatos apresentados pelo delator, obter a mudança do voto do relator Bonifácio Andrada.

Liana Costa/Metrópoles
Deputados assistem a trechos da delação de Lúcio Funaro na CCJ

 

Foi o segundo dia de debates sobre a denúncia na CCJ. A sessão de terça-feira (17) durou quase 12 horas e teve a manifestação de 47 deputados: 35 contra Temer e 12 a favor. Políticos da base aliada esvaziaram a reunião para acelerar o procedimento de análise do relatório.

Veja como foi a cobertura ao vivo do Metrópoles da sessão da CCJ:

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