Caso Marielle: MP diz que porteiro mentiu ao citar Bolsonaro
Segundo a promotoria, que teve acesso a registros do condomínio, quem autorizou a entrada de Élcio Queiroz foi o ex-PM Ronnie Lessa
atualizado
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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou, nesta quarta-feira (30/10/2019), que o depoimento do porteiro do condomínio do presidente Jair Bolsonaro – sobre a liberação da entrada do ex-policial militar Élcio Queiroz, acusado de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ) – não é compatível com a gravação da chamada feita pelo interfone da portaria.
Segundo o MP, o áudio mostra que quem autorizou a entrada de Élcio foi o sargento aposentado da Polícia Militar Ronnie Lessa. A reportagem divulgada pelo Jornal Nacional, da TV Globo, diz que o porteiro citou a casa de Bolsonaro como “sendo o destino desejado pelo PM”. Contudo, a promotora do caso rechaça a possibilidade.
A promotoria afirma que a investigação teve acesso à planilha do condomínio e lá consta que Élcio pediu para ir à casa 65, que corresponde ao endereço de Lessa.
Em um primeiro momento, a promotora Simone Sibilio, responsável pelo caso, chegou a afirmar que o porteiro havia mentido. “[O porteiro] Mentiu. As testemunhas prestam depoimento, e o MP checa. Nada passa sem ser checado”, disse. Ao retomar o assunto, Sibilio evita afirmar novamente que o porteiro mentiu: “A prova técnica juntada aos autos mostra que no dia 14 de março de 2018, às 17h07, quem autoriza a entrada de Élcio Queiroz no condomínio é Ronnie Lessa”.