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Brasil vai convencer a Rússia e a China sobre Guaidó, diz Araújo

O ministro garantiu que o Grupo de Lima segue em busca do apoio internacional para o reconhecimento oficial do presidente interino

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Ernesto Araújo toma posse no Itamaraty
1 de 1 Ernesto Araújo toma posse no Itamaraty - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Um dia após a visita do presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, ao Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que o país “está pronto para ajudar a China e a Rússia a entenderem o que está acontecendo na Venezuela”.

O ministro garantiu que o Grupo de Lima segue em busca do apoio internacional para reconhecimento de Guaidó, e que articula conversas com todos os líderes de países que ainda não apoiam o governo.

Na quinta-feira (28), China e Rússia vetaram novas sanções à Venezuela no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O projeto dos Estados Unidos, que propunha iniciar um processo político que levaria o país latino-americano a eleições presidenciais, conseguiu o mínimo necessário de nove votos. Moscou e Pequim, no entanto, usaram seu poder de veto para impedir novas medidas.

A declaração do ministro foi feita após reunião com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), nesta sexta-feira (1º/3), onde foram discutidos detalhes da viagem do vice à China. Com a saída de Ernesto, Mourão foi ao encontro do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), para passar detalhes da conversa.

De acordo com ministro, a decisão de não intervir militarmente está mantida para o Brasil, Estados Unidos e demais países apoiadores de Guaidó. Ele reforçou a proposta do interino de dar anistia aos militares que “cumprirem seu dever constitucional e jurarem lealdade ao presidente”.

Sobre a possibilidade de prisão do Guaidó, Ernesto disse que ainda não pensa nas medidas a serem tomadas por acreditar que é “um absurdo” a possibilidade de o político ser punido por buscar ajuda humanitária para o país.

O ministro afirmou que, até o momento, não há interferência do Brasil em políticas internas da Venezuela por força da Constituição brasileira. Ele garantiu, no entanto, que o país segue disposto a ajudar com o programa de assistência humanitária. Araújo dispensou, ao menos por ora, qualquer possibilidade de negociação com Caracas.

“Antes você pensava na Venezuela como uma ditadura, agora se pensa em um governo interino com compromisso democrático”, afirmou Ernesto. Sobre a visita de Guaidó ao Brasil, ele disse que o presidente “mostrou sua capacidade de liderança e compromisso com a transição democrática na Venezuela”, estreitando os laços com o Brasil e reafirmando “a capacidade de Guaidó de ser o centro desse avanço pela democratização da Venezuela”.

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