Brasil está pronto para ver Luciano Huck presidente, diz Bloomberg
Reportagem do portal financeiro se baseia em falas do apresentador no Domingão do Faustão para avaliar o cenário político do país
atualizado
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O portal de informações financeiras e notícias Bloomberg publicou, nesta terça-feira (16/1), reportagem sobre a possível aspiração do apresentador Luciano Huck, 46 anos, às eleições para presidente da República já em 2018. Com o título “Brasil está pronto para seu próprio presidente-astro de TV”, a matéria se baseia na aparição de Huck no programa de outro global, Fausto Silva, no dia 7 de janeiro.
O que a reportagem não menciona é que o Domingão do Faustão com a participação de Luciano e da esposa, Angélica, foi gravado em 11 de novembro. Portanto, antes da veiculação no jornal Folha de S.Paulo, no dia 27 daquele mesmo mês, do artigo em que Huck afirmava que não concorreria à Presidência – a informação sobre a data da gravação foi publicada primeiramente pelo site UOL e confirmada pelo jornal O Estado de S.Paulo.
A matéria na Bloomberg, assinada por Raymond Colitt e Bruce Douglas, diz que Luciano Huck “fez um discurso passional sobre a necessidade de consertar a classe política arruinada, introduzindo ética e altruísmo ao mesmo tempo que mobiliza uma nova geração.”Os jornalistas citam apenas duas frases de Huck na reportagem: “Neste momento, se me isentar de tentar melhorar, eu estaria sendo covarde” e “O que o destino e o que Deus esperam para mim, vou deixar rolar”. Elas, porém, foram pinçadas de respostas mais longas do apresentador durante o programa de Fausto Silva.
Segundo a reportagem, a fala de Huck foi vista por muitos como um sinal claro de aspirações presidenciais, da mesma forma como o discurso da americana Oprah Winfrey na cerimônia do último Globo de Ouro, na noite de 7 de janeiro. Mas, como a Bloomberg frisa, as eleições nos Estados Unidos serão no fim de 2020, enquanto as brasileiras estão a apenas nove meses de distância.
Desta forma, haveria um real senso de imediatismo na questão sobre Luciano Huck concorrer ou não, especialmente para “aqueles, nos círculos financeiro e de negócios, desesperados por apoiar um candidato do centro, que eles acreditam ser capaz de sustentar a recuperação do país após uma debilitante crise política e econômica”.
Em um breve perfil do apresentador, lembrando que ele tem apelo popular graças ao seu programa de TV, os jornalistas afirmam que Huck também possui experiência nos negócios, tendo fundado sua própria empresa de investimento para startups “aconselhado pelo lendário investidor do Rio de Janeiro, Arminio Fraga”.
Raymond Colitt e Bruce Douglas relembram o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016, e que o substituto dela, Michel Temer (MDB), está cercado por acusações de corrupção desde que assumiu o cargo. Por isso, as especulações a respeito da candidatura de Huck refletiriam, em parte, o desespero de muitos brasileiros em encontrar um salvador que coloque a nação nos trilhos.
Cenário eleitoral
A Bloomberg traça o atual cenário eleitoral brasileiro, em que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disputam a preferência do bloco centrista.
Segundo Colitt e Douglas, se Huck entrar na briga e contribuir para a diluição do voto do eleitor nesses candidatos, poderia pavimentar a eleição de um postulante “mais radical”, como Jair Bolsonaro (PSL), ou mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).