Bolsonaro: tuíte de Trump sobre taxação “dá munição a opositores”
O presidente norte-americano acusou Brasil e Argentina de liderarem uma política de desvalorização da própria moeda
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que a declaração do mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, de retornar a tarifa sobre importação de aço e alumínio do Brasil serve de munição para opositores do governo no Brasil.
Ao ser surpreendido com a medida de Trump, que tem efeito imediato, Bolsonaro indicou que vai conversar ainda nesta segunda-feira (02/12/2019) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o assunto.
“Primeiro, é munição para pessoal opositor meu aqui no Brasil, né. Vou conversar com o Paulo Guedes hoje ainda e, se for o caso, vou ligar para o presidente Donald Trump. A economia deles não se compara com a nossa, é dezena de vezes maior”, comentou Bolsonaro, em entrevista à Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte (MG).
O presidente disse não acreditar que a decisão dos EUA seja uma retaliação ao Brasil. “A alegação dele [Trump] é a questão das commodities. A nossa economia, basicamente, vem dos commodities. É o que nós temos e espero que tenha o entendimento dele que não nos penalize no tocante a isso”, disse o presidente.
Para o chefe do Palácio do Planalto, a hipervalorização do dólar perante ao real no Brasil pode também ter sofrido os efeitos do que tem ocorrido na América Latina e citou os protestos no Chile e as eleições argentinas, dois movimentos protagonizados por forças de esquerda no continente.
“A própria briga comercial EUA x China influencia no preço do dólar aqui [no Brasil]. O mundo todo está conectado e dependemos em grande parte do mundo estar indo bem para nós irmos bem”, finalizou o presidente.