Bolsonaro: taxa de juros tende a chegar a 4,5% sem “canetada”
Presidente participou de evento na Caixa Econômica Federal e afirmou defender a independência do Banco Central
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou que a taxa básica de juros no país — a Selic — poderá ser reduzida a 4,5% (atualmente está em 5% ao ano), sem que seja preciso uma “canetada” do governo federal.
Ao participar de uma cerimônia da Caixa Econômica Federal, o chefe do Executivo afirmou defender a independência do Banco Central na definição da política de juros e reforçou que apenas “torcia” pela queda.
A reunião do Comitê de Política Monetária(Copom) do Banco Central, que vai definir o valor da taxa básica, está marcada para a próxima semana.
“Com essa política dele [presidente da Caixa, Pedro Guimarães] de reduzir a taxa de juros, você aumenta o número de clientes, diminui a inadimplência e, em consequência, aumenta o lucro. É fácil né?”, comentou. “Eu não entendo de economia. Aquela que entendia está pagando uma conta altíssima. Também naquela época reduziu a taxa de juros na canetada. Hoje, sem canetada, está em 5%. Deve chegar a 4,5%, eu torço né”, completou o presidente, ao fazer referência à ex-presidente Dilma Rousseff.
Segundo o chefe do Executivo, o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse a Bolsonaro sentir total independência na função. “Nós tivemos a coragem de enviar ao Congresso um projeto para tornar independente o Banco Central, para não ter indicação política “, apontou.
“Eu perguntei se ele [Campos Neto] estava com pressa para ser aprovado esse projeto no Congresso e ele respondeu: ‘Não, porque eu me considero independente do seu governo'”, finalizou Bolsonaro.
Tendência de queda
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, por sua vez, reforçou a tendência de queda dos juros. Segundo ele, a Caixa pretende fortalecer a atuação no oferecimento de microcrédito a pessoas mais pobres.
“A Caixa vai ser o banco do microcrédito. Nós faremos uma viagem à Índia e à China e, no ano que vem, vamos anunciar uma revolução no microcrédito. Faremos uma operação para 20, 30 milhões de brasileiros que hoje não têm nada e, quando têm que tomar dinheiro, vão tomar a 5%, 10%, 15% até 22% ao mês, num país que tem 3% de inflação ao ano e 5% de juros ao ano”, explicou.