Bolsonaro sobre Moro no STF: “Como seria recebido pelo Senado hoje?”
Presidente nega ter se comprometido a indicar ministro para o Supremo. “O que eu digo é que tem que ser alguém do perfil dele”
atualizado
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Neste sábado (301/08/2019), durante churrasco para o qual convidou jornalistas, no bloco administrativo do Quartel General do Exército, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) mudou o tom sobre a possibilidade de vir a indicar o ministro da Justiça, Sergio Moro, a uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF). Bem-humorado, o presidente, apesar de ter começado o encontro avisando que não falaria de política, não se negou a tocar em assuntos como a indicação para o STF e para a Embaixada do Brasil nos EUA.
Sobre Moro, Bolsonaro avaliou que será preciso ver o momento, o dia dia. “Como será que o Moro seria recebido pelo Senado hoje? Eu não fiz compromisso com ele. Desde a campanha, o que eu digo é que tem que ser alguém do perfil dele”, afirmou.
A declaração indica uma mudança no discurso do presidente de maio para cá. Naquele mês, ele afirmou que Moro seria indicado para a próxima vaga no STF, que deve ser aberta em novembro do ano que vem com a aposentadoria do decano Celso de Mello.
Na ocasião, em entrevista à Rádio Bandeirantes, Bolsonaro afirmou que assumiu o compromisso com o então juiz da Lava Jato quando o convidou para integrar o governo. “Eu fiz um compromisso com ele, que abriu mão de 22 anos de magistratura. A primeira vaga que tiver lá [no STF], estará à disposição”, disse Bolsonaro.
“Supremável”
Bolsonaro respondeu à questão em torno do ministro da Justiça após elogiar o ministro-chefe da Advocacia geral da União (AGU), André Luiz Mendonça. O Metrópoles perguntou ao presidente se Mendonça é “terrivelmente evangélico”. “Sim, e terrivelmente ‘supremável'”, destacou Bolsonaro.
Já sobre a indicação do filho, deputado federal Eduardo Bolsonaro, para o cargo de embaixador do Brasil nos EUA, Bolsonaro ressaltou que também nesse caso tem que ver o momento [da indicação]. “Seria ruim, por exemplo, ir pra [Assembleia Geral da] ONU com ele derrotado. E pode acontecer”, reconheceu.
No dia 24 de setembro, o Brasil como tradicionalmente acontece todos os anos, abrirá a reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York (EUA).