Bolsonaro sobre governadores nordestinos: “Tentam manipular eleitores”
Presidente chamou os chefes dos Executivos locais de “paraíbas” e reclamou de Flávio Dino, do Maranhão
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) rebateu críticas a sua fala onde chamou os governadores nordestinos de “paraíbas”. Neste sábado, (20/07/2019), o chefe do Palácio do Planalto atribuiu as reações a “ideologia” e a “manipulação de eleitores”.
Ao deixar o Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República, para levar sua filha Laura, 8 anos a uma aula de equitação, Bolsonaro comentou o assunto. Jornalistas o questionaram se a declaração não poderia atrapalhar o segundo turno de votação da reforma da Previdência.
“Eles, os governadores, são unidos. Eles têm uma ideologia, perderam as eleições e tentam o tempo todo por meio da desinformação manipular eleitores nordestinos”, retrucou o presidente. Bolsonaro ainda ponderou: “Eu fiz uma crítica ao governador do Maranhão e da Paraíba. Eles vivem esculhambando obras federais, que não são deles, são do povo.”
Nesta sexta-feira (19/07/2019), o presidente disse que “dos governadores de Paraíba, o pior é esse do Maranhão”. A frase foi dita ao ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, antes do início de um café da manhã com jornalistas estrangeiros. Artistas e políticos repudiaram a declaração.
Bolsonaro não vê problemas na fala. Segundo ele, foi “uma crítica em três segundos” e que a imprensa “fez uma festa” com a declaração. Se a repercussão atrapalharia as mudanças na aposentadoria, Bolsonaro disse que o Parlamento não “é tão raso”.
O presidente disse que a imprensa distorce o que ele diz e que sente “saudades” do PT. “Na verdade, a imprensa brasileira tá com saudade do PT”, afirmou, explicando sua fala sobre o Maranhão e a Paraíba.
Repercussão
O governador Flávio Dino, alvo do ataque do presidente, disse nesta sexta-feira que também estuda recorrer à Procuradoria-Geral da República (PGR) para denunciar o pesselista por racismo.
Em nota coletiva, governadores do Nordeste repudiaram a postura do pesselista. “Aguardamos esclarecimentos por parte da presidência da República e reiteramos nossa defesa da Federação e da democracia”, diz o comunicado.
A bancada Maranhense na Câmara considerou a fala como “inaceitável”. “Na democracia, não é aceitável que um Presidente da República determine a um Ministro de Estado perseguição a um ente federado e, por consequência ao seu povo, por questões políticas”, destaca, em carta aberta.
Corte de ministério
O presidente também revelou que fará um corte de ao menos R$ 2,5 bilhões nos gastos do governo federal. Segundo o chefe do Palácio do Planalto, provavelmente algum ministério será extinto.
O pesselista, sem dar detalhes da futuras mudanças, adiantou que a equipe econômica, capitaneada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, finaliza estudos técnicos para definir qual pasta deixará de existir. Para ele, o valor “é uma merreca” perto do orçamento global do governo que é “trilionário”.