Bolsonaro sinaliza transferência do Coaf para o Banco Central
Para o presidente, é preciso tirar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras do “jogo político”
atualizado
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Ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta sexta-feira (09/08/2019), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) confirmou a intenção de transferir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Banco Central (BC). Atualmente, o órgão está com o Ministério da Economia.
“O que nós pretendemos é tirar o Coaf do jogo político. Tudo que envolve política sobre pressão, de um lado ou de outro”, afirmou o chefe do Executivo, que estava junto do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
A ideia de transferir o Coaf para o Banco Central já havia sido sinalizada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. “Quanto menos o Estado, a política, interferir no destino do Brasil, melhor”, disse.
Ao ser questionado se Roberto Leonel, à frente do Coaf, permanecerá no cargo com uma possível transferência para o Banco Central, Bolsonaro afirmou que caberá ao presidente da entidade, Roberto Campos Neto, decidir. “Agora, o que parece que ele pretende é ter um quadro efetivo do Coaf, que mudaria de nome inclusive”, completou.
No início deste ano, o Executivo enviou ao Congresso a reforma administrativa e manteve o Coaf sob o guarda-chuva da Justiça. No dia 22 de maio, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou o texto principal da medida provisória da reforma administrativa, que reduziu o número de pastas de 29 para 22. Na mesma noite, os parlamentares aprovaram a volta do Coaf para o Ministério da Economia.
A decisão definitiva sobre o conselho ocorreu na votação dos destaques, que são as propostas de alterações do texto. Uma das mudanças previa a manutenção do órgão no Ministério da Justiça, sob comando de Sergio Moro, mas houve rejeição por 228 votos a 210.
Sergio Moro
Ao voltar a afirmar que deve escolher o novo procurador-geral da República até o início da próxima semana, o presidente disse ter escutado a opinião do Sergio Moro sobre o assunto. “Eu sou o técnico de futebol e ele [Moro] o jogador”, comparou.
O chefe do Executivo foi além e disse que tem o costume de pedir a opinião dos 22 ministros. “Para contrariar aquilo que muitos falaram, eu sou democrático”, comentou.