Bolsonaro quer vetar fundo eleitoral para evitar recursos ao PSL
Após os parlamentares sugerirem elevar para R$ 3,8 bilhões o valor da verba para partidos, Comissão Mista de Orçamento aprovou R$ 2 bilhões
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sinalizou nesta quarta-feira (18/12/2019) que pretende vetar o aumento do fundo eleitoral com o objetivo de não permitir que PT e PSL recebam cerca de R$ 200 milhões cada um para a campanha no próximo ano.
A cotidiana conversa do presidente ficou restrita aos admiradores que se concentram sempre na porta do Palácio da Alvorada.
A proposta ainda está sob análise do Congresso. Bolsonaro perguntou a alguns admiradores que o esperavam se eles achavam que deveria ocorrer o veto aos cerca de R$ 2 bilhões a serem distribuídos para as legendas.
Antes de receber a resposta, o presidente argumentou que não usou dinheiro do fundo nas eleições do ano passado. “Olha, o fundão do ano passado foi de R$ 1,7 bilhão. O meu partido, o PSL, pegou R$ 10 milhões disso daí. Eu não usei nada e estou sendo acusado de abuso de poder econômico”, reclamou.
“Você acha que tem que vetar ou sancionar os R$ 2 bilhões?”, perguntou. Em seguida, os admiradores responderam em coro: “Veta! Tem que vetar isso aí”.
“Vamos supor que esteja aprovado. O PT vai ganhar R$ 200 milhões para fazer campanha para eles. O pessoal daquele PSL também, que mudou de lado, vai pegar R$ 200 milhões”, argumentou.
Bolsonaro não se mostrou confiante de que haverá a possibilidade de colher assinaturas de forma eletrônica para a formação da nova sigla, Aliança pelo Brasil. “Pelo jeito, vamos ter de colher assinatura no braço”, disse.
Aprovação
A previsão de destinar R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral foi aprovada nesta semana pela Comissão Mista de Orçamento (CMO). A discussão sobre o financiamento público de campanha ocorreu após a aprovação do restante do projeto de lei orçamentária no colegiado.
A previsão de R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral foi incluída no relatório final do Orçamento nessa terça-feira (17/12/2019) e já representa um recuo de líderes parlamentares, que chegaram a sugerir elevar o valor para R$ 3,8 bilhões.