Bolsonaro quer levar fundo do audiovisual da Ancine para a Cidadania
Porta-voz afirmou que questão está sendo analisada pela área jurídica da Casa Civil e negou que o presidente queira censurar a agência
atualizado
Compartilhar notícia
O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, afirmou na noite desta terça-feira (23/07/2019) que o governo estuda a possibilidade de transferir o Fundo Setorial do Audiovisual da Agência Nacional do Cinema (Ancine) para a Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania.
Nesse contexto, Rêgo Barros negou que haja intenção do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de censurar conteúdos com apoio da agência. “O presidente não censurará filmes patrocinados pela Ancine. No entanto, o governo também não patrocinará filmes que atentem contra os valores éticos e morais que são tradicionais da nossa sociedade”, declarou.
De acordo com o porta-voz, o assunto está em análise pela Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil. A transferência da diretoria da Ancine do Rio de Janeiro para Brasília, por sua vez, já foi confirmada pelo governo.
Crítica a filmes
Durante a cerimônia de 200 dias de governo, na última quinta-feira (18/07/2019), Bolsonaro usou o filme sobre a vida da ex-prostituta Bruna Surfistinha como exemplo de conteúdo audiovisual que não deve ser patrocinado.
“Eu não posso admitir que com o dinheiro público se faça um filme como Bruna Surfistinha. Não temos problema com essa opção ou aquela. O ativismo que não podemos permitir, em respeito com as famílias”, afirmou o presidente.
Bolsonaro assinou, na ocasião, a transferência do Conselho Superior de Cinema, responsável pela política nacional de audiovisual, do Ministério da Cidadania para a Casa Civil. O objetivo é que o Palácio do Planalto tenha mais influência sobre o órgão.
Aparelhamento
No dia seguinte, o presidente afirmou que a Ancine se tornará uma secretaria subordinada a alguma pasta. “Os governos do PT criaram agência para tudo, onde houve aparelhamento de pessoas e órgãos, e eu fico completamente amarrado”, afirmou, na saída de um evento no Ministério da Cidadania.