metropoles.com

Bolsonaro mobilizou Itamaraty para resolver assunto pessoal em 2011

Órgão contatou ex-companheira que viajara com filho do deputado para a Noruega

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
Solenidade de Filiac?a?o do Deputado Jair Bolsonaro ao PSL
1 de 1 Solenidade de Filiac?a?o do Deputado Jair Bolsonaro ao PSL - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Telegramas do Itamaraty revelam que, em 2011, durante o governo de Dilma Rousseff (PT), o hoje presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) pressionou o Itamaraty como deputado federal e teve o apoio do órgão para resolver um assunto pessoal. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Em seu site, no tópico sobre “o que nós não podemos fazer por você”, o Itamaraty informa não poder “interferir em questões de direito privado, como direitos do consumidor ou questões familiares”. Em 2011, contudo, o órgão mobilizou seu setor consular na Noruega a pedido do parlamentar e foi atrás de uma mulher com quem Bolsonaro havia tido um filho, informa a reportagem.

De acordo com a Folha, o episódio se passou em julho de 2011, quando Ana Cristina Valle, mãe que tinha a guarda de Jair Renan, à época com cerca de 12 anos de idade, embarcou com o menino para Oslo, Noruega. Inconformado com a viagem, que teria ocorrido à sua revelia, Bolsonaro abriu uma ação judicial no Rio de Janeiro e procurou o Itamaraty para interceder em seu favor.

Segundo os telegramas, obtidos pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação, mas ainda com vários trechos ainda cobertos por tarjas pretas, Bolsonaro procurou a assessoria parlamentar do Itamaraty, destinada a atender demandas dos congressistas, e esteve na Sere, unidade do ministério responsável pelo serviço consular.

Bolsonaro “solicitou gestão do Itamaraty para averiguar as condições em que estaria” seu filho, segundo trecho do telegrama. O documento diz que ele pediu número do telefone do embaixador em Oslo, Carlos Henrique Cardim, e sugeriu “um simples contato da embaixada” com alguém, provável referência a Ana Cristina.

A mulher foi de fato procurada pelo vice-cônsul em Oslo. Segundo Ana Cristina, seu marido norueguês foi quem recebeu a ligação telefônica. O gesto demandou explicações do vice-cônsul, que depois escreveu em telegrama que o norueguês “pareceu compreender que o contato foi feito à luz do princípio da impessoalidade”.

Localizado pela Folha, Cardim confirmou ter sido procurado por Bolsonaro por telefone a respeito do paradeiro do filho. Ele disse que repassou ao deputado os contatos do chefe do setor consular da embaixada para que o acionasse a fim de obter informações sobre legislação dos dois países, e não mais que isso.

Praxe
Segundo Cardim, a praxe é apenas “ouvir o que ele (brasileiro) vai dizer, explicar a situação, que leis existem na Noruega sobre o assunto e as leis brasileiras. O Consulado não sai atrás das pessoas, as pessoas vão até o Consulado”.

O ex-embaixador, que naqueles mesmos dias entrou em férias e viajou ao Brasil, disse não se recordar de alguém do Itamaraty ter ido ao encontro de Ana.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?