Bolsonaro diz que publicar conversas vazadas é repercutir crime
Presidente acredita que invasão de telefones de autoridades teve por objetivo desqualificar Moro e a Lava Jato
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a dizer, nesta terça-feira (30/07/2019), que a invasão de celulares é crime. Para o chefe do Executivo, pegar uma informação e passar para a frente é “dar repercussão” à prática.
“Primeiro crime é invasão. Foi por terceiros. Quando você pega uma informação dessas, quer dizer, nem sei se é verdade o que ele tirou lá de dentro, e começa a passar para a frente, você está dando repercussão a um crime. Você tem a obrigação de tentar desvendar aquele crime”, pontuou Bolsonaro.
Ao falar sobre Glenn Greenwald, diretor do site The Intercept, o presidente disse que o jornalista cometeu “crime de invasão” e teria recebido para a publicação dos diálogos entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o procurador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol. “Ele é jornalista? Eles já acharam R$ 100 mil com gente deles lá”, disse o mandatário do país.
Não é a primeira vez que Bolsonaro insinua o recebimento de dinheiro por parte do jornalista. Nessa segunda-feira (29/07/2019), o titular do Palácio do Planalto sinalizou que acredita na possibilidade de haver “transações pecuniárias” envolvendo a publicação de reportagens com base em diálogos vazados do ministro Sergio Moro e de procuradores da força-tarefa da Lava Jato.
“Estou achando que, no meu entender, ele cometeu um crime, porque em outro país ele estaria já numa outra situação. Espero que a Polícia Federal chegue e ligue realmente todos os pontos. E pelo que tudo indica, a intenção é sempre atingir a Lava Jato, atingir o [ministro] Sergio Moro, a minha pessoa, tentar desqualificar e desgastar. Invasão de telefone é crime, ponto final”, afirmou.
No sábado (29/07/2019), ele disse que o jornalista “poderia pegar uma cana” e que ele e o marido, o deputado federal David Miranda (PSol-RJ), são “malandros” por terem se casado e adotado dois filhos no Brasil.