Bolsonaro diz que conversará com Merkel, mas sem falar em Macron
Presidente brasileiro deve dialogar ao telefone com a chanceler alemã. Um dos temas será a ajuda do G7 no combate a incêndios na Amazônia
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) deverá conversar com a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, por telefone, nesta sexta-feira (30/08/2019). O titular do Palácio do Planalto se disse pronto para tratar de qualquer assunto, menos sobre o mandatário francês, Emmanuel Macron. Segundo o chefe do Executivo brasileiro, a chanceler da França mudou o tom e, por isso, daí a disposição para o diálogo.
“Ela começou com um tom, mas depois foi para a normalidade. Estou pronto para conversar com qualquer um, exceto com nosso querido Macron, a não ser que ele se retrate sobre a nossa soberania da Amazônia, daí eu converso com ele”, pontuou.
Bolsonaro não acredita que o presidente francês queira doar recursos ao Brasil em nome do G7, grupo das maiores potências econômicas mundiais. “Qualquer recurso de um país ou outro a gente conversa. Agora, o Macron quer doar em nome do G7. Isso não é verdade”, frisou, em entrevista na porta do Palácio da Alvorada.
Apesar de ter essa conversa prevista, o mandatário da República não poupou críticas à postura da Alemanha e de toda Europa em relação às queimadas na Amazônia. “Não é só a Alemanha. A Europa toda não tem boas lições para nos dar no tocante à preservação do meio ambiente”, destacou.
Ao falar sobre colaboração internacional, o chefe do Executivo destacou, no entanto, que o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que se encontrará nesta sexta com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode acertar uma ajuda dos americanos no combate às queimadas.
“Talvez tenha uma novidade logo mais. O Ernesto e o Eduardo estão lá nos Estados Unidos e, talvez, tenham algo para nos adiantar sobre a conversa com o Trump. Pedi para o Trump nos ajudar. Ele tem dito também que não poderiam tomar uma decisão sem ouvir o Brasil. O Brasil é amigo de todo mundo e eu sou diplomata. Sou uma pessoa afeta ao diálogo”, ressaltou.
O presidente brasileiro voltou a criticar o uso de recursos internacionais por parte de organizações não governamentais (ONGs) na Amazônia, pensamento expressado anteriormente e que contribuiu para o agravamento da crise de imagem do país no exterior no que tange a preservação da floresta. “Geralmente, [o recurso] vai em parte para ‘ongueiros‘, que não tem retorno nenhum. Vai para material. É muita grana para pouca preservação”, salientou.
Bolsonaro disse ainda que poderá visitar a Amazônia na próxima semana, sem dar detalhes sobre a viagem. “Talvez na semana que vem. Conversei há pouco com o general Ramos, ele viajou ao Nordeste e está tratando desse assunto. Existe a possibilidade”, sinalizou.