Bolsonaro diz que aguarda aprovação de pacote anticrime de Moro
Os projetos anticrime são a principal bandeira de Moro desde que decidiu aceitar o convite do presidente para assumir o ministério
atualizado
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Após desencontros em declarações de ambos, o presidente Jair Bolsonaro fez um afago ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, neste sábado (04/05/2019), ao defender no Twitter a aprovação, no Congresso Nacional, dos projetos de lei encaminhados pelo ex-juiz da Lava Jato para combate à corrupção, crime organizado e criminalidade violenta.
Os projetos anticrime são a principal bandeira de Moro desde que decidiu aceitar o convite do presidente para assumir o ministério. Ele conta com o apoio do presidente para aprovação na Câmara e no Senado, embora a grande prioridade do governo seja a reforma da Previdência.
O descompasso entre o presidente e o ministro veio em declarações nas últimas duas semanas. Há nove dias, Bolsonaro disse não se opor à saída do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública e transferência para o Ministério da Economia, como parte das negociações com o Congresso para aprovação da Medida Provisória que reorganizou os ministérios.
“Não me oponho em voltar o Coaf para o Ministério da Economia, apesar do Paulo Guedes estar com muita coisa. Falei hoje com o Fernando Bezerra (relator da MP) sobre o assunto. Tem um ponto ou outro. Se não aprovar será uma bagunça. Teremos que ter mais sete ministros”, disse Bolsonaro.
O ministro reagiu prontamente, afirmando que isso seria prejudicial para o órgão, que está sendo reforçado sob sua supervisão. “Estamos conversando com os parlamentares para manter o Coaf no Ministério da Justiça e Segurança Pública e esperamos convencê-los. Isso favorece a integração e utilização da inteligência do Coaf no enfrentamento da criminalidade mais grave pelo MJSP, inclusive de organizações criminosas”, disse Moro ao jornal O Estado de S. Paulo naquele mesmo dia.
Na última segunda-feira, Bolsonaro afirmou que enviaria ao Congresso um projeto para isentar pena de produtor rural que atirar em invasão de terras. “A propriedade privada é sagrada e ponto final”, comentou o presidente em um dos maiores eventos do agronegócio do país.
Moro, em seguida, ao ser questionado sobre o tema relacionado à área do ministério que chefia, disse que ainda era “prematuro discutir essas questões sem que nós tenhamos ela ainda como uma política pública absolutamente delimitada”.