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Bolsonaro defende “perícia independente” sobre morte de miliciano

Presidente também disse que um eventual pedido de federalização das investigações cabe ao ministro Sergio Moro

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Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou, nesta terça-feira (18/02/2020), a carta assinada por 20 governadores com críticas a ele sobre a troca de farpas com o governador da Bahia, o petista Rui Costa, após a morte do miliciano Adriano da Nóbrega.

“Eles estão criticando a minha postura no caso capitão Adriano. Esperava que os governadores que assinaram a carta sobre isso fossem querer uma investigação isenta. A [revista] Veja fez uma matéria ouvindo peritos, pelo que tudo indica, o tiro foi à queima roupa, então, foi queima de arquivo. Interessa a quem a queima de arquivo, a mim? A mim não, zero”, rebateu, durante cerimônia de troca da bandeira no Palácio da Alvorada.

O chefe do Executivo disse ter tomado as medidas legais para a realização de uma perícia independente. “Sem isso, você não tem como buscar até, quem sabe, quem matou a Marielle [Franco, vereadora pelo PSol do Rio de Janeiro]. A quem interessa não desvendar a morte da Marielle? Os mesmos que não interessa desvendar o caso Celso Daniel.”

Segundo o presidente, apenas uma perícia independente poderia constatar, por exemplo, se Adriano foi torturado antes de morrer e a que distância foram os tiros. Bolsonaro também criticou o modo de agir da polícia baiana no dia da morte de Adriano. “Tinham dezenas de pessoas cercando uma casa. A conduta não é essa. A conduta é cercar, buscar uma negociação e [fazer] se render”.

Bolsonaro acusou a esquerda de tentar associá-lo à morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assassinados no dia 14 de março de 2018. E disse que Adriano não teria nada a falar contra ele. “O que ele teria pra falar? Contra mim que não era nada. Se fosse contra mim, tenho certeza que os cuidados seriam outros para preservá-lo vivo”, comentou.

O presidente defendeu uma perícia “insuspeita”, inclusive no celular encontrado ao lado do corpo de Adriano. “Nós não queremos que sejam inseridos áudios no telefone dele ou conversações via WhatsApp. Uma vez que se faça uma perícia que porventura, não estou afirmando, seja suspeita, que possa me atingir. Apesar de ser presidente da República. Imagine se eu fosse cidadão comum, quanto tempo levaria para essa nova perícia?”, questionou.

Sobre um eventual pedido de federalização das investigações, o chefe do Executivo se disse numa “sinuca de bico”. “Alguns podem achar que federalizar, trazer para a Polícia Federal, teria alguma participação, alguma influência no destino da investigação. Se o [Sergio] Moro achar que deve federalizar, a decisão é dele”.

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