Bolsonaro ataca Rui Costa: “Adriano foi assassinado na Bahia”
Morte de ex-PM acusado de comandar milícia abre guerra política entre presidente e governador da Bahia, que é do PT
atualizado
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Para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a morte do ex-PM Adriano na Nóbrega em uma ação policiais no interior da Bahia no último domingo (09/02/2020) foi uma “provável execução sumária”. A ocorrência policial está servindo como pano de fundo para uma guerra política entre Bolsonaro e o governador baiano, Rui Costa (PT).
Bolsonaro falou sobre a morte do ex-PM, acusado de ser o líder de uma das maiores milícias do Rio de Janeiro, pela primeira vez neste sábado (15/02/2020), justamente em visita à cidade. Para o presidente, a polícia baiana deve responder às acusações de queima de arquivo que vem sendo feitas desde a ocorrência. “Quem é responsável pela morte do capitão Adriano? A PM da Bahia, do PT. Precisa falar mais alguma coisa?”, disse.
O governador petista respondeu em postagem no Twitter, dizendo que “o governo do Estado da Bahia não mantém laços de amizade nem presta homenagens a bandidos nem procurados pela Justiça. A Bahia luta contra e não vai tolerar nunca milícias nem bandidagem”. Depois, emendou: “Na Bahia, a determinação é cumprir ordem judicial e prender criminosos com vida. Mas se estes atiram contra Pais e Mães de família que representam a sociedade, os mesmos têm o direito de salvar suas próprias vidas, mesmo que os MARGINAIS mantenham laços de amizade com a Presidência”.
Bolsonaro reagiu ao chegar a Brasília, no início da noite. Seu comboio parou na portaria do Palácio da Alvorada, onde havia jornalistas e militantes, e o presidente passou 38 minutos dentro do carro, acompanhado do secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten.
Ao sair do veículo, o presidente disse que estava redigindo uma nota para responder às palavras de Rui Costa. Ainda segundo Bolsonaro, Adriano da Nóbrega, expulso da PM por causa das suspeitas de atuação como miliciano, havia sido “assassinado na Bahia”.
O texto, em tom muito duro, foi enviado à imprensa minutos depois. Veja a íntegra da nota:
O atual governador da Bahia, Rui Costa, não só mantém fortíssimos laços de amizade com bandidos condenados em segunda instância, como também lhes presta homenagens, fato constatado pela sua visita ao presidiário Luís Inácio Lula da Silva, em Curitiba, em 27 junho de 2019.
Este Presidente, ao inaugurar o aeroporto de Vitória da Conquista, em 23 de julho de 2019, teve negada, por parte do governador, a presença da Polícia Militar da Bahia, para prestar apoio nas medidas de segurança para a população.
A atuação da PMBA, sob tutela do governador do Estado, não procurou preservar a vida de um foragido, e sim sua provável execução sumária, como apontam peritos consultados pela revista Veja. É um caso semelhante à queima de arquivo do ex-prefeito Celso Daniel, onde seu partido, o PT, nunca se preocupou em elucidá-lo, muito pelo contrário.
O então tenente Adriano foi condecorado em 2005. Até a data de sua execução, 09 de fevereiro de 2020, nenhuma sentença condenatória transitou em julgado em desfavor do mesmo.
É irônico o governador petista falar de más companhias quando, nos últimos anos, os principais dirigentes nacionais do PT foram condenados e presos na Operação Lava Jato.
Os brasileiros honestos querem os nomes dos mandantes das mortes do prefeito Celso Daniel, da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, do ex-capitão Adriano da Nóbrega, bem como os nomes dos mandantes da tentativa de homicídio a Jair Bolsonaro.
Jair Messias Bolsonaro
Presidente da República Federativa do Brasil