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Bolsonaro assina demissão de Bebianno, dizem interlocutores do governo

Informações revelam que o presidente deseja colocar um general no lugar do ministro

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Votação na Câmara dos Deputados do impeachment ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff – Na foto o deputado Jair Bolsonaro Brasília – DF 17/04/2016
1 de 1 Votação na Câmara dos Deputados do impeachment ao afastamento da presidenta Dilma Rousseff – Na foto o deputado Jair Bolsonaro Brasília – DF 17/04/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou neste sábado (16/1) a demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. A dispensa do auxiliar deverá ser publicada no Diário Oficial da União na próxima segunda-feira (18). A informação foi confirmada ao jornal Estadão por dois interlocutores de Bolsonaro.

Nos últimos dias, políticos e militares tentaram interceder a favor de Bebianno, mas o presidente está irredutível e, segundo apurou o Estado, planeja nomear um general para o lugar do ministro. Se isso ocorrer, será o nono militar a ocupar o primeiro escalão. Atualmente, o secretário-executivo da pasta é o general Floriano Peixoto.

Em conversas reservadas, Bolsonaro avaliou que o chefe da Secretaria-Geral quebrou a relação de confiança com ele ao “vazar” áudios de diálogos entre os dois. O ministro nega o vazamento.

Preocupados com a alta temperatura da crise, auxiliares do presidente observam, por sua vez, que Bebianno ainda pode criar muitos problemas para o governo, se a demissão não for revertida, porque seria o que se chama no jargão político de “homem bomba”. Um desses interlocutores, que conversou recentemente com Bolsonaro, disse ao Estado, porém, que a situação é insustentável e a decisão do rompimento, “irreversível”.

Segundo esse auxiliar, que falou sob a condição de anonimato, a decisão de Bolsonaro não se deve à interferência do vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ). O filho de Bolsonaro chamou Bebianno de “mentiroso” logo após o ministro ter concedido entrevista ao jornal O Globo dizendo que não estava isolado no Palácio do Planalto depois da denúncia, publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, de que teria patrocinado candidaturas laranjas do PSL em 2018, para desviar recursos do Fundo Eleitoral. À época, Bebianno presidia o PSL.

Presidente apoiou filho
Na tentativa de mostrar que não havia crise, o ministro afirmou a O Globo que, no dia anterior, falara três vezes com o presidente, então internado no Hospital Albert Einstein, recuperando-se de cirurgia para reconstrução do trânsito intestinal. Carlos Bolsonaro desmentiu essas conversas no Twitter e o presidente endossou a atitude do filho, horas depois, em entrevista à TV Record.

Mais tarde, no entanto, Bolsonaro também mandou Bebianno cancelar viagem para o Pará, com outros ministros, porque não gostou de saber que ele havia convidado um veículo de comunicação para acompanhar a comitiva. A partir daí, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência teria mostrado a amigos arquivos de áudio com a voz de Bolsonaro ordenando que ele suspendesse a viagem, além de outras conversas.

Ao tomar conhecimento dessa atitude, o presidente – que já havia resolvido manter Bebianno no cargo – ficou furioso e decidiu dispensá-lo. Na sexta-feira, em conversa ríspida com o ministro, chegou a oferecer a ele uma diretoria na Itaipu Binacional, mas Bebianno recusou. “Não estou no governo por causa de cargos. Sou uma pessoa leal”, afirmou o chefe da Secretaria-Geral.

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