Argentina: ida de Mourão é por preocupação com relação comercial
Porta-voz Rêgo Barros disse que a decisão de enviar vice à posse de Alberto Fernández é para valorizar aspectos comerciais com país vizinho
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) só definiu, na tarde desta segunda-feira (9/12/2019), que o vice Hamilton Mourão o representaria na posse do presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, depois de conversar com ministros de governo. Foi o que informou o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros. Segundo ele, o foco principal do Planalto é preservar a relação comercial com o país vizinho.
A Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil em todo o mundo, atrás apenas dos EUA e da China.
“Ele [Bolsoaro] vem, ao longo do dia e mesmo ontem, fazendo análises continuadas, discutindo com vários ministros e, a partir dessas discussões, entendendo que se faria necessária a presença de uma autoridade lá – embora hoje pela manhã ainda houvesse dúvidas sobre essa presença – para valorizar o relacionamento com a Argentina, em especial nos aspectos comerciais”, disse Rêgo Barros, em conversa com a imprensa na noite desta segunda.
Durante o período eleitoral, o presidente brasileiro fez duras críticas à chapa de Alberto Fernández, cuja vice é a ex-presidente Cristina Kirchner, e apoiou a reeleição de Maurício Macri. Depois de dizer que não mandaria ninguém do Brasil à cerimônia de posse, Bolsonaro chegou a confirmar a ida do ministro da Cidadania, Osmar Terra, mas recuou.
Decisão política
“O presidente Bolsonaro resolveu fazer um gesto de boa vontade, político, então determinou que eu fosse representá-lo na cerimônia. Nada mais além”, pontuou Mourão logo após a definição. “Foi uma decisão política, lógico”.
O posicionamento do governo até esta tarde era de que nenhum integrante do alto escalão do Executivo federal compareceria à posse de Fernández. Apenas iria à cerimônia o embaixador do Brasil em Buenos Aires, Sérgio Danese.