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Após frustração digital, Aliança aposta no bom e velho Correios

Para conseguir registro, novo partido de Bolsonaro precisa de quase 500 mil assinaturas e terá de busca-las de maneira física

atualizado

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1 de 1 Screenshot_415251 - Foto: Reprodução/Twitter

O novo partido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a Aliança pelo Brasil, foi projetado como uma solução rápida para a crise que rachou a sigla pela qual o capitão reformado foi eleito, o PSL. Mas o sonho de usar a internet para acelerar o registro foi frustrado e sobrou aos bolsonaristas uma solução bem analógica para esse desafio: a carta.

Bolsonaro e seus aliados apostaram alto na possibilidade de coletar pela internet as quase 500 mil assinaturas de eleitores necessárias para se pedir o registro de um novo partido e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até admitiu que isso é possível. A regulamentação da possibilidade, porém, vai demorar mais do que os bolsonaristas planejam esperar.

Pelos Correios
A frustração com as assinaturas digitais reduziu um pouco o ímpeto dos criadores da Aliança, mas uma outra estratégia está em curso. Pelas redes sociais, os aliados do presidente estão pedindo que os militantes imprimam uma ficha de apoio, preencham e enviem por carta para a caixa postal da sede do partido, em São Paulo.

Para reduzir a chance de as assinaturas não serem reconhecidas pela Justiça Eleitoral, os organizadores estão pedindo ainda que os apoiadores reconheçam firma das assinaturas em cartórios de notas.

Veja um exemplo de postagem:

O objetivo ainda defendido oficialmente é ter a Aliança apta a ter candidatos nas eleições municipais de 2020, mas a impossibilidade de buscar os apoios pela internet tornou esse sonho praticamente irrealizável.

Para participar do pleito, o partido teria de estar registrado até abril do ano que vem, seis meses antes da eleição. E o processo não depende apenas de coletar as assinaturas, mas também de tê-las conferidas uma a uma pelos Tribunais Regionais Eleitorais dos estados e do DF. E isso demora.

O reconhecimento e o envio pelos Correios têm custos, mas a deputada federal Carla Zambelli (ainda no PSL-SP) conta que “os documentos estão chegando, a caixa postal está cheia”. Ainda segundo ela, logo em janeiro a militância começará a fazer eventos físicos de coleta de apoios.

A ideia é que o próprio Bolsonaro seja garoto-propaganda de alguns eventos para recolher assinaturas, mas ainda não há um plano concreto para que isso ocorra.

As 492 mil assinaturas precisam ser coletadas em ao menos nove unidades da Federação e os apoiadores não podem ser filiados a outro partido – razão pela qual as redes sociais da Aliança também estão instruindo os interessados a se desfiliarem de uma agremiação, se for o caso.

Quando a relação entre Bolsonaro e o PSL estava forte, o partido usou a imagem do presidente para incentivar filiações.

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