Anthony e Rosinha Garotinho são presos pela Polícia Federal no Rio
Os ex-governadores foram detidos na manhã desta quarta-feira (22/11) pela Polícia Federal (PF), no Rio de Janeiro
atualizado
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Os ex-governadores do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho foram presos, na manhã desta quarta-feira (22/11), durante operação da Polícia Federal (PF), em Campo dos Goytacazes (RJ). A ordem de prisão foi decretada pelo juiz Glaucenir de Oliveira, titular da 98ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes.
De acordo com o jornal “O Globo”, o esquema foi revelado pelo ex-diretor de relações institucionais da JBS Ricardo Saud. Em depoimento à Polícia Federal, Saud disse que repassou, apenas em 2014, um montante de R$ 2,6 milhões para Garotinho. O delator afirmou que o valor era uma parcela dos R$ 20 milhões que seriam pagos ao PR, para apoiar o PT nas eleições.
Uso de armas
O empresário delator André Luiz da Silva Rodrigues informou ao Ministério Público Eleitoral que a suposta organização criminosa do ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) usava armas para intimidar e viabilizar o esquema de dinheiro ilícito para campanha. Rodrigues disse que, durante seus trajetos de veículo após fazer saques em dinheiro, recebia ligações do operador de Garotinho, Antônio Carlos Ribeiro, de apelido Toninho, “o braço armado da organização criminosa”, dando conta de que estava sendo seguido.
Toninho, que também teve mandado de prisão preventiva expedido nesta quarta-feira (22) é ex-policial civil. Rodrigues também disse, em seu depoimento, que “Toninho fazia questão de mostrar que estava armado”. Para o juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da Justiça de Campos de Goytacazes, o suposto caso “demonstra de forma clara a imposição do líder da Organização Criminosa, ora réu Anthony Garotinho, através do réu Antônio Carlos Ribeiro da Silva, vulgo Toninho, e que era o braço armado da Organização Criminosa, para que o colaborador obedecesse suas ordens”.
Defesa
Em nota distribuída hoje (22) por sua assessoria de imprensa, o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, atribui a sua prisão e a de sua mulher, a ex-governadora Rosinha Garotinho, a uma perseguição que, explica, vem sendo vitima desde que denunciou o esquema do ex-governador Sérgio Cabral na Assembleia Legislativa do Rio.
Com o título “Querem Calar o Garotinho mais uma vez”, a nota destaca que quem assinou o pedido de prisão foi o juiz Glaucenir de Oliveira, “o mesmo que decretou a primeira prisão de Garotinho no ano passado, logo após ele ter denunciado [o desembargador] Luiz Zveiter à Procuradoria Geral da República”.
Garotinho sustenta, ainda, que “nem ele nem nenhum dos acusados cometeu crime” e, conforme disse ontem em um programa, foi alertado por um agente penitenciário a respeito de uma reunião entre Sergio Cabral e o deputado estadual Jorge Picciani, presidente da Assembléia Legislativa do Rio, durante a primeira prisão do parlamentar, semana passada, no presídio de Benfica. “Na ocasião, o presidente da Alerj [Picciani] teria afirmado que iria dar um tiro na cara do Garotinho”, diz a nota.
Ela ressalta que a ordem de prisão dada pelo juiz Glaucenir é para que Garotinho vá com a esposa, Rosinha, para o presídio de Benfica, “justamente onde estão os presos da Lava Jato”. No comunicado distribuído à imprensa, a assessoria do ex-governador frisa que “essa operação à qual Garotinho e Rosinha respondem não tem relação alguma com a Lava Jato”. (Com informações da Agência Brasil e Estado)