Análise: sem Lula, Marina venceria no segundo turno
Candidata da Rede é a maior beneficiária, segundo dados do Datafolha, da ausência do petista na corrida eleitoral
atualizado
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Um aspecto importante a ser considerado na pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (22/8) é a projeção para o segundo turno na hipótese de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficar fora da disputa. Dono de 39% das preferências dos eleitores, o petista segue imbatível na corrida ao Planalto – mas está preso em Curitiba e enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Sem Lula, segundo a pesquisa, o segundo turno ficaria entre Jair Bolsonaro (PSL), com 22%, e Marina Silva (Rede), com 16%. Ciro Gomes (PDT) teria 10% e, Geraldo Alckmin (PSDB), 9%. No embate entre os dois primeiros, a ex-ministra do Meio Ambiente alcançaria 45% e o capitão reformado, 34%. Essa diferença é considerável.
Vistas no conjunto, as informações do Datafolha revelam que, se puderem escolher, os brasileiros querem Lula no comando do país. Se não tiverem essa opção, preferem ver Marina no Planalto.
Nas projeções para o segundo turno, Bolsonaro (38%) apenas venceria Fernando Haddad (29%), provável candidato do PT se Lula não concorrer. Aparece em empate técnico contra Ciro (38%) mas, ainda assim, com índice menor (35%).
Pode-se concluir da pesquisa que, embora o deputado do PSL vença o primeiro turno sem Lula, os eleitores rejeitam uma guinada do país para a extrema direita do cardápio eleitoral. Em outras palavras, Bolsonaro é forte, mas seu discurso contempla uma minoria da população. Em qualquer cenário.
O Datafolha também indica que, do ponto de vista eleitoral, Marina Silva é a maior beneficiária do possível impedimento de Lula. No primeiro turno, herdaria 8 pontos percentuais do petista. Ciro levaria 5 pontos, Alckmin, 3 pontos, e, Haddad, 4 pontos. Alçada ao segundo turno, pelos números atuais, conquistaria o Planalto.
Vale ressaltar que, caso o nome do ex-ministro da Educação seja confirmado no lugar de Lula, a tendência é que ele ganhe fôlego na disputa. Segundo o Datafolha, o ex-presidente tem influência para transferir até 49% (31% “com certeza” e 18% “talvez”) de seus eleitores para o candidato que apoiar. Nesse cenário, Haddad teria potencial para chegar a 19%, o que lhe colocaria com um pé no segundo turno.
A pesquisa foi feita por uma parceria da Folha de S. Paulo e da TV Globo. O Datafolha ouviu, nos dias 20 e 21 de agosto, 8.433 pessoas em 33 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.