Análise: PT repete aposta em estratégia de Lula derrotada em 2018
Congresso reconduziu Gleisi Hoffmann no comando do partido e renovou apoio a orientações do ex-presidente, ainda inelegível
atualizado
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Nada de novo se deve esperar do PT para as próximas eleições. O 7º Congresso Nacional do partido, encerrado nesse domingo (24/11/2019) em São Paulo, apontou para a repetição da estratégia derrotada em 2018.
Como de praxe, as diretrizes petistas seguirão majoritariamente as orientações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A recondução da deputada Gleisi Hoffmann (PR) para o comando da legenda, com mais de 70% dos votos, confirma essa direção.
Tudo indica que Lula tentará concorrer à Presidência da República em 2022. Mais uma vez, a definição das candidaturas dos partidos de esquerda vai girar em torno do líder petista.
Em 2018, a insistência do ex-presidente em entrar na disputa – mesmo inelegível – atrasou a candidatura de Fernando Haddad. Para alguns aliados da esquerda, essa estratégia dificultou alianças que pudessem impedir a vitória de Jair Bolsonaro para a sucessão de Michel Temer.
Nas circunstâncias atuais, Lula continua inelegível, pela Lei da Ficha Limpa, por ser condenado em segunda instância. Porém, não se pode prever como o Supremo Tribunal Federal (STF) julgará as ações que beneficiam o ex-presidente.
Apesar do fracasso na última disputa pelo Palácio, nada impede que o PT tenha melhor resultado daqui a três anos. As chances do partido vão depender, em grande parte, do desempenho de Bolsonaro até a eleição. A libertação de Lula depois de 580 dias preso também anima os militantes.
Mas ainda é cedo. Até 2022, muita água vai rolar por baixo desta ponte.