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Análise: Bolsonaro preside no hospital e país parece doente. Que fase!

Sucessão de fatos graves abalam os brasileiros enquanto chefe do Poder Executivo continua internado para se recuperar de cirurgia

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1 de 1 bolsonaro11 - Foto: Divulgação

Os brasileiros ainda choravam as centenas de mortos e desaparecidos de Brumadinho quando o Rio de Janeiro sofreu os impactos de um temporal avassalador e de um incêndio dramático. Em duas semanas, o país expôs ao mundo as mazelas decorrentes do descaso de governantes com a população. Também revelou a falta de cuidado de dirigentes esportivos com a segurança de jovens atletas.

Enquanto o Brasil sofre com a irresponsabilidade de autoridades e empresários, o presidente Jair Bolsonaro convalesce no Hospital Albert Einstein. Prevista para durar 10 dias, a internação decorrente da terceira cirurgia no intestino se arrasta por duas semanas devido a febres ocasionais e a uma pneumonia. Que fase!

A onda de más notícias neste início de 2019 abala o ânimo dos brasileiros e desafia o governo Bolsonaro a encontrar soluções para os graves problemas nacionais. Com o presidente acamado, ministros e políticos ligados ao Planalto se esforçam para avançar na execução de medidas que nem sequer foram finalizadas pela equipe.

Por mais que os auxiliares se empenhem em implementar projetos para o país, o presidente faz falta em Brasília. Sem Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, nem sequer conseguiu formatar o pacote de propostas para a reforma da Previdência Social, a mais propalada pelo governo para equilibrar as contas públicas.

Passados 40 dias da posse do presidente, a população ainda não sabe o que a equipe econômica vai apresentar para mexer no regime de aposentadorias e pensões. Guedes anunciou que a decisão final sobre idade mínima para o recebimento dos benefícios, por exemplo, será tomada por Bolsonaro. Assim, o governo perde tempo importante para a discussão das propostas de mudança na Previdência.

Sem a liderança política do presidente, eleito com mais de 57 milhões de votos, ministros e líderes governistas titubeiam na administração do país. Os movimentos ficam limitados sem a orientação do chefe e, como consequência, cresce a sensação de inoperância.

Até agora, de concreto, pode-se dizer que o governo concluiu as propostas anunciadas como solução para a criminalidade no país. Na mesma linha, o presidente baixou o decreto que flexibilizou a posse de armas. Nenhuma dessas medidas tem efeito imediato para a sociedade. Também não se sabe se serão efetivas em longo prazo.

O país parece doente. Na mesma manhã do incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo, os brasileiros acordaram com a notícia de que duas cidades em Minas Gerais seriam evacuadas porque corriam risco de serem inundadas por barragens, como aconteceu em Mariana e em Brumadinho.

Também no Rio, na mesma sexta-feira, a polícia matou 13 pessoas durante uma batida em morros da cidade. O drama provocado pelo incêndio no Flamengo abafou a gravidade desse fato. Não se sabe a identidade nem as circunstâncias dessa carnificina. O Brasil realmente não está nada bem.

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