Amazônia: “Difícil imaginar” acordo com Mercosul, diz presidente da UE
Em abertura do G7, Donald Tusk afirmou que governo brasileiro “permite a destruição”; Bolsonaro conta com apoio dos EUA para evitar sanções
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente da União Europeia, Donald Tusk, afirmou que é “difícil imaginar” um possível acordo de livre comércio entre o bloco europeu e o Mercosul após a postura do governo brasileiro frente aos incêndios florestais na Amazônia. A declaração foi dada durante a abertura do encontro do G-7 neste sábado (24/08/2019), na França.
“É claro que apoiamos o acordo entre a UE e o Mercosul (…), mas é difícil imaginar um processo de ratificação enquanto o governo brasileiro permitir a destruição”, afirmou Tusk. A urgência de ações contra as queimadas na Amazônia é um dos poucos pontos de consenso no encontro, que também deve discutir a guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Repercussão internacional dos incêndios na Amazônia
Os possíveis desdobramentos da crise política internacional desencadeada pelas queimadas na Amazônia vêm preocupando o presidente Jair Bolsonaro (PSL), que mudou o tom após de líderes em todo o mundo questionarem a ação do governo brasileiro. O presidente francês Emmanuel Macron disse no Twitter, na última quinta-feira (22/08/2019), que “nossa casa está queimando”. O texto, que acompanha uma foto da Amazônia em Chamas, convocou os membros do G-7 para discutir “essa emergência”.
Durante conversa por telefone na última sexta-feira (23/08/2019), Bolsonaro afirmou que espera contar com o apoio de Donald Trump para que a questão da Amazônia não seja levantada durante o encontro. Trump chegou ao aeroporto de Bordeaux, no sudoeste da França, por volta das 12h17 no horário local (07h17 horário de Brasília). De lá, ele pegará outro voo para chegar a Biarritz, que sedia o encontro do G-7.
Em pronunciamento em cadeia de rádio e televisão nessa sexta-feira, Bolsonaro afirmou que as queimadas que ocorrem na Amazônia não podem ser pretexto para sanções internacionais. “Incêndios florestais existem em todo o mundo. E isso não pode ser pretexto para sanções internacionais. O Brasil continuará sendo amigo de todos, e responsável pela proteção da sua floresta amazônica”, defendeu. O pronunciamento foi marcado por panelaços em várias cidades do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife.
No fim da tarde, Bolsonaro assinou um decreto permitindo a atuação do Exército para combater os incêndios florestais que ocorrem no Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.