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Álvaro Dias: “Renunciei à aposentadoria como ex-governador”. Será?

Pré-candidato à Presidência, ele solicitou o benefício, mas recuou após repercussão negativa. Veja outras declarações do senador

atualizado

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Pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Álvaro Dias é senador e ex-governador do Paraná. Na última pesquisa divulgada pelo Datafolha, teve entre 3% e 5% das intenções de votos. A Lupa checou diversas frases ditas pelo senador recentemente – em seu Twitter e em entrevistas ao canal da jornalista Leda Nagle, ao site Notícias Agrícolas, à TV Folha e à Rádio CBN. Veja o resultado:

Divulgação

“Eu renunciei ao direito de receber aposentadoria como ex-governador do Paraná há 26 anos”
Álvaro Dias, senador e pré-candidato pelo Podemos, em sua conta no Twitter no dia 16 de abril de 2018

Álvaro Dias foi governador do Paraná entre 1987 e 1991, época em que era filiado ao MDB. E, de fato, ele não recebe a aposentadoria paga aos ex-governadores do estado, que é de R$ 30.471,11 mensais.

Mas, em outubro 2010, Dias solicitou o benefício – inclusive o valor retroativo a seu período como governador do Paraná. Na época, a aposentadoria era de R$ 24,8 mil por mês e, caso o pedido tivesse prosperado, o senador receberia um acumulado de R$ 1,6 milhão.

Em janeiro de 2011, uma reportagem do Estadão mostrou que, com esse dinheiro, o senador praticamente dobraria seu patrimônio. Um dia depois – e sob o impacto da repercussão negativa –, Álvaro Dias disse que doaria o dinheiro para caridade. Na época, afirmou: “Não pretendia fazer propaganda [das doações]. Mas, infelizmente, houve quem se encarregasse disso, e a propaganda [contra mim] foi feita de forma bastante eficiente”.

Procurado, Álvaro Dias afirma que ele estava atendendo ao apelo de duas entidades e doaria o dinheiro a elas. Contudo, voltou atrás depois da repercussão negativa. O senador declarou ainda que “não seria justo ser condenado por não receber a aposentadoria, direito líquido e certo”.

Arquivo pessoal
Samuca Silva, prefeito de Volta Redonda (RJ)

“O prefeito Samuca Silva [eleito em Volta Redonda (RJ) em 2016] tinha 0,7% e ganhou a eleição com 70%”
Álvaro Dias, senador e pré-candidato pelo Podemos, em entrevista ao site Notícias Agrícolas no dia 16 de abril de 2018

Ao comentar sobre pesquisas de intenção de voto, o senador Álvaro Dias afirmou que um político pode crescer ao longo do processo e ganhar a eleição mesmo tendo começado com baixos índices. Para ilustrar isso, citou o caso do atual prefeito de Volta Redonda, mas distorceu os dados.

Em setembro de 2016, Samuca Silva – ou Elderson Ferreira da Silva – tinha 3,2% das intenções de voto, segundo o instituto GPP. O estudo destaca, no entanto, que, desses votos, somente 1,6% era considerado como consolidado. Samuca foi o segundo colocado no primeiro turno (24,84%) e foi eleito com 54,6% dos votos no segundo turno.

Procurado, Álvaro Dias afirmou que essas informações foram prestadas pelo prefeito de Volta Redonda. Além disso, o senador destacou que se referia ao início da campanha de Samuca, e não a setembro. A Lupa não conseguiu localizar nenhuma pesquisa pública sobre intenção de voto do período citado por Dias.

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“Nós temos uma população de analfabetos maior que a população da Argentina”
Álvaro Dias, senador e pré-candidato pelo Podemos em entrevista ao Canal Leda Nagle no dia 12 de abril de 2018

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE mostra que, em 2015 (dado mais recente disponível), o Brasil tinha 12,9 milhões de analfabetos. A Argentina, por sua vez, contava com mais de 43,8 milhões de habitantes em 2016, segundo o Banco Mundial. Ou seja: a população argentina é três vezes o número de analfabetos brasileiros.

Procurado, Álvaro Dias afirmou que quis dizer alfabetos e semianalfabetos. Segundo ele, “se eventualmente faltou o ‘semi’ foi por descuido, mas tenho repetido esses números em várias oportunidades”.

Divulgação
Guilherme Boulos (PSol) aparece com o mesmo índice de rejeição de Álvaro Dias

“Eu tenho a menor rejeição entre todos os candidatos”
Álvaro Dias (Podemos) em entrevista dada à TV Folha no dia 4 de abril de 2018

De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada em janeiro de 2018, a rejeição de Álvaro Dias alcançava 13% do eleitorado brasileiro. Esse, de fato, era o menor índice entre os políticos pesquisados. Mas o senador não foi o único a aparecer com esse percentual. Manuela D’Ávila (PCdoB), Guilherme Boulos – que se filiou ao PSol depois da pesquisa – e João Amoêdo (Novo) também apareceram com 13% de rejeição. Procurado, Álvaro Dias afirmou ter a menor rejeição, mesmo com outros candidatos empatados com ele.

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“Entre as 50 cidades mais violentas do mundo, 11 estão no Nordeste”
Álvaro Dias (Podemos) em entrevista à Rádio CBN no dia 18 de abril de 2018

Segundo o ranking realizado pela sociedade civil mexicana Segurança, Justiça e Paz, 11 cidades localizadas na Região Nordeste do Brasil estão entre as 50 mais violentas do mundo. São elas: Natal, Fortaleza, Vitória da Conquista, Maceió, Aracaju, Feira de Santana, Recife, Salvador, João Pessoa, Campina Grande e Teresina. Além dessas, seis municípios brasileiros ficaram entre os mais violentos. Três estão na Região Norte, duas no Sudeste e uma no Sul.

Rafaela Felicciano/Metrópoles

“52 milhões de brasileiros, segundo números oficiais, estão abaixo da linha da pobreza”
Álvaro Dias (Podemos) em entrevista dada à Rádio CBN no dia 18 de abril de 2018

Utilizando os critérios do Banco Mundial, o IBGE aponta que 25,4% dos brasileiros viviam em situação de pobreza em 2016. Segundo o Banco Mundial, o Brasil tinha 207.652.865 habitantes naquele ano, logo, 52.743.827,71 viviam abaixo da linha da pobreza. É considerada pobre a renda domiciliar per capita de R$ 387,00 por mês. O IBGE afirma: o quadro mais crítico está entre os 7,4 milhões de domicílios que “têm mulheres pretas ou pardas sem cônjuge e com filhos de até 14 anos”.

*Por Natália Leal

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