Policial morto em operação no Rio deixa mãe de cama, vítima de um AVC
André de Mello Frias, de 48 anos, era responsável pelo sustento da mãe. Ele ainda deixa a esposa e o enteado de 10 anos
atualizado
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O policial civil André Leonardo de Mello Frias, de 48 anos, morto durante operação no Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro, estava casado desde 2018, também com uma policial civil, e tinha um entenado de 10 anos. As informações são do portal G1.
Além disso, o agente era responsável pelo sustento da mãe que, há três anos, foi vítima de um AVC e desde então vive sobre uma cama.
André foi atingido por um tiro na cabeça, por volta das 6h de quinta-feira (6/5) — quando teve início a operação. Segundo a polícia, o tiro partiu do alto de um terraço atrás de um muro de concreto.
A operação contra o tráfico de drogas deixou 25 pessoas mortas e provocou um intenso tiroteio. Segundo o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e a plataforma Fogo Cruzado, trata-se da operação policial mais letal da história do Rio.
Ao justificar a operação, a Polícia Civil disse que a facção criminosa que atua na região age de forma semelhante a grupos terroristas, fazendo até o sequestro de trens da SuperVia.
Segundo as investigações, os criminosos têm “estrutura típica de guerra”, com centenas de “soldados munidos com fuzis, pistolas, granadas, coletes balísticos, roupas camufladas e todo tipo de acessórios militares”.
O grupo, considerado um dos quartéis-generais da facção Comando Vermelho na região, alicia crianças e adolescentes para praticar crimes, como o tráfico de drogas, roubos e homicídios.
Mortos e feridos
O policial civil André Frias, agente da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), morreu após ser baleado na cabeça. Levado ao Hospital Municipal Salgado Filho com quadro clínico considerado grave, ele não resistiu.
Outros dois policiais foram atingidos de raspão, no braço e panturrilha, e têm quadros estáveis. Ao todo, 21 traficantes foram identificados e são procurados pela polícia local.
De acordo com a Polícia Civil, entre os mortos, estão 24 criminosos. Até o início da tarde, seis pessoas tinham sido presas. Foram apreendidas muitas armas e até munição antitanque.
O que diz o governo do RJ
Em nota divulga à imprensa, o governo do Rio de Janeiro afirmou que a operação “foi pautada e orientada por um longo e detalhado trabalho de inteligência e investigação, que demorou 10 meses para ser concluído”.
“Para garantir a transparência e a lisura da operação, todos os locais de confrontos e mortes foram periciados. É lastimável que um território tão vasto seja dominado por uma facção criminosa que usa armas de guerra para oprimir milhares de famílias”, disse o governo estadual, ainda lamentando os óbitos.