Policial atira à queima-roupa e mata manifestante no RJ. Vídeo
De acordo com a polícia, a arma dele foi recolhida. Imagem mostra o momento em que o PM se aproxima dos manifestantes
atualizado
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Um policial militar atirou à queima-roupa e matou um manifestante na Avenida Brasil, próximo ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. O caso, registrado em vídeo por pessoas que estavam no local, ocorreu na manhã desta quinta-feira (8/2).
Vídeos mostram o momento em que agente da Polícia Militar do Rio de Janeiro se aproximam do homem com um fuzil empunhado, faz um movimento brusco e atira contra ele.
Imagens filmadas por outro ângulo mostram o momento em que o homem começa a sangrar e cai nos braços de uma mulher. De acordo com o G1, ele foi identificado como Jefferson de Araújo Costa, de 22 anos.
Veja as imagens:
Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que policiais do 22º BPM (Maré) foram acionados para intervir numa manifestação que ameaçava fechar a Avenida Brasil, nas imediações do Complexo da Maré.
“Durante a ação, o fuzil de um dos policiais disparou, atingindo um manifestante. De imediato, o local da ocorrência foi preservado até a chegada de equipe da Delegacia de Homicídios da Capital, que providenciou a perícia no local do fato”, escreveu.
Segundo a corporação, o policial envolvido foi identificado e apresentado à delegacia.
“No âmbito da Polícia Militar, um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado pela Corregedoria Geral da Corporação para averiguar as circunstâncias do fato”, afirma a nota.
Durante a noite, o militar foi conduzido à 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), onde foi ouvido e preso em flagrante por homicídio culposo. O agente teve arma e câmera operacional portátil recolhidas.
O PM será encaminhado para a Unidade Prisional da Corporação, na cidade de Niterói, Região Metropolitana. As investigações serão conduzidas pela Justiça Militar.
A Polícia Civil, por sua vez, informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e realizou a perícia de local, além de ter sido realizada a remoção do corpo para o Instituto Médico Legal e apreendida a arma de fogo.
“O autor do disparo prestou depoimento à autoridade policial na DHC, que, após análise dos elementos apurados, entendeu se tratar de homicídio culposo, sem intenção de matar. Desta forma, por atribuição legal, o caso foi encaminhado para a Justiça Militar”, completou.
Reação à morte
A Anistia Internacional classificou as cenas como inadmissíveis. “Exigimos investigações imparciais e responsabilização de todos os envolvidos nesse crime, incluindo a cadeia de comando da força policial”, informou.
O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) afirmou que a morte representa mais uma “família destroçada”. “Um tiro de fuzil que sai da arma da polícia comandada por Cláudio Castro contra quem estava protestando”, disse.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), por sua vez, afirmou que a violência policial no Rio de Janeiro já virou rotina e segue ceifando vidas com digital certeira.
“Mais um crime contra a vida, contra uma comunidade, e que deve ser investigado e punido no rigor da Justiça”, demandou.