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Policial acusado de roubar R$ 1 milhão em bitcoins de turista é solto

O policial William da Silva Ribeiro, de 40 anos, está entre os acusados de extorquir empresário do ramo de cassinos em Goiás

atualizado

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policial civil solto após ser preso por supostamente extorquir turista na chapada dos veadeiros
1 de 1 policial civil solto após ser preso por supostamente extorquir turista na chapada dos veadeiros - Foto: Reprodução

Goiânia – Um dos policiais acusados de extorquir quase R$ 1 milhão em bitcoins de um turista na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, foi solto. William da Silva Ribeiro, policial civil de 40 anos, estava preso em Alto Paraíso de Goiás. Ele foi liberado nesse domingo (27/2), após decisão do desembargador Itamar de Lima.

O agente havia sido preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva. O crime ocorreu no início de fevereiro. Um turista de 32 anos, que se apresentou como empresário do ramo de cassinos, disse ter sido sequestrado e sofrido tortura psicológica por parte de agentes da região até transferir dinheiro para eles.

Uma quantia equivalente a R$ 994,7 mil em bitcoins foi transferida por meio de QR Code da conta dele para os policiais. O homem relatou que foi intimidado com empurrões, além de ter uma pistola apontada para o rosto e receber ameaças de morte, aos gritos.

Acusados

Além do policial William, que foi o primeiro a ser detido, outros dois agentes foram presos, identificados como Reges Alan dos Santos, 32, e Antonnio Henrique Afonso Alves, 38.

De acordo com a ocorrência registrada pela Polícia Militar, no momento do flagrante, William “assumiu a autoria dos fatos” e disse que seus comparsas “tomaram rumo desconhecido”. Na delegacia, ele afirmou que se manifestaria apenas em juízo.

O advogado do policial solto, Roberto da Silva Maia, pondera que o andamento do processo demonstrará que os fatos não ocorreram como o que foi narrado pela acusação. Ele reforça, ainda, que todos os envolvidos se declaram inocentes.

Vítima foi alvo de investigação

O homem alvo de extorsão já foi investigado, em 2017, depois de ser apontado como um dos líderes de esquema de pirâmide financeira com “criptomoedas” – moedas virtuais, como a Bitcoin.

Na época, a investigação da Polícia Civil de três estados (PE, MG e CE) e do Distrito Federal apontou que o esquema com Bitcoin pode ter causado prejuízo de mais de R$ 450 milhões a investidores de dez países da América Latina.

Ocorrência

De acordo com relatos do registro de ocorrência, um dos policiais civis que o extorquiram na Chapada dos Veadeiros disse, no momento da abordagem, que sabia da atuação dele “no ramo de cassinos no exterior” e exigiu que a vítima mostrasse todas as contas bancárias cadastradas em seu celular.

Em seguida, os policiais civis revistaram o veículo no qual ele estava – uma caminhonete Hilux -, supostamente em busca de drogas e armas. Na ação, eles teriam se identificado como agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O rapaz foi levado por dois policiais para um chalé da pousada, onde ele estava hospedado e onde havia internet, para acessar as contas bancárias no celular.

“Chegando lá, os policiais exigiram que ele [vítima] fizesse uma transferência de 10 bitcoins (aproximadamente R$ 2.000.000,00) a uma determinada conta (acesso por um QR Code) e que o matariam em caso de recusa”, diz trecho do registro da ocorrência.

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