Policiais reclamam em protesto: “A gente não é ouvido pelo governo”
Categoria faz carreata no centro de Brasília para pedir mais apoio do governo federal e criticar a PEC Emergencial
atualizado
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A categoria dos policiais colocou os coturnos na Esplanada dos Ministérios para ser ouvida pelo governo federal. Esse é o principal pedido do movimento organizado pela União dos Policiais do Brasil (UPB) e a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária (ADPJ) promoveram, na tarde desta quarta-feira (17/3).
A carreata teve início no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, e foi até a Esplanada dos Ministérios.
Os profissionais protestam contra a promulgação, na segunda-feira (15/3), da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 186/19, batizada de PEC Emergencial, pelo Congresso Nacional, que congelou os salários da categoria. E demonstraram insatisfação com os acordos que, segundo eles, foram descumpridos pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A aprovação do texto da PEC Emergencial é condição necessária para que o governo pague nova rodada do auxílio emergencial a famílias de baixa renda.
“Essa manifestação é para que o governo federal nos enxergue, porque, até o presente momento, nós fomos ignorados. A nossa categoria está chateada porque vem de uma sequência de perdas dentro desse governo”, afirmou Dovercino Neto, presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais.
“A reforma da Previdência tirou nossos direitos e diminuiu nosso salário com alíquota. A Lei Complementar 173, do ano passado, congelou salários. E a PEC 186 que novamente retirou vários direitos. Então, a gente não é ouvido pelo governo”, continuou Neto.
Enfraquecimento dos serviços
Para o coordenador da UPB e presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo, todo esse processo tem enfraquecido a categoria e os serviços prestados.
“Isso vai acarretar no enfraquecimento da categoria e da prestação de segurança no âmbito civil, que é justamente divergente de tudo que foi colocado em termos de proposta e de campanha de vários que estão no parlamento e no governo”, aponta Camargo.
Segundo ele, os profissionais de segurança não pararam durante a pandemia da Covid-19. “São profissionais que estão expostos, continuam fazendo as operações e continuam combatendo o crime organizado. Sentimentos falta da priorização das vacinas”, afirmou.
Além da PEC promulgada na segunda-feira (15/3), eles levantaram outras insatisfações, por exemplo, como a reforma da Previdência e a futura reforma administra, além da Lei Complementar 173, que também trouxe perdas à categoria, segundo os policiais.
Vacinas
Outra reclamação é a não inclusão dos servidores de segurança nos grupos que estão sendo vacinados contra a Covid-19. Segundo eles, a categoria está na linha de frente da pandemia, arriscando as próprias vidas e a de familiares.
“Estamos em luta permanente de autodefesa, aja vista que nossos direitos estão sendo vilipendiados, retirados de forma brusca e de forma irrazoável. E até de forma insana. Fruto de uma política econômica que quer o desmonte do serviço público brasileiro”, demandou Jacinto Teles, presidente da Associação dos Policiais Penais do Brasil.
Teles lembrou do “lockdown na segurança pública”, um novo protesto marcado para o dia 22 de março. Haverá manifestações em frente a unidades policiais de todo o país, entre 15h e 16h.