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Policiais morrem mais por suicídio do que em confronto. Entenda

Segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número de suicídios de policiais em 2023 teve aumento de 26,2%, comparado a 2022

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1 de 1 foto colorida de Policiais militares de SP fardados lado a lado - Metrópoles - Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Pela primeira vez na história, ou pelo menos desde que os registros começaram a ser feitos, o número de policiais mortos por suicídio superou os de agentes assassinados em confrontos, seja em serviço ou fora dele, no Brasil. As informações constam no 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado nessa quinta-feira (18/7), com dados referentes a 2023.

O relatório evidencia que, enquanto a taxa de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) contra policiais civis e militares caiu 18,1% em 2023, comparada ao ano anterior, o número de suicídios entre policiais da ativa subiu 26,2% no mesmo período.

Considerando exclusivamente a Polícia Militar, os registros nacionais de suicídios em 2023 superaram a soma dos policiais mortos em confrontos, tanto em serviço quanto fora de serviço.

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Capital paulista registra aumenta de homicídios em agosto

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Foram contabilizados 110 suicídios de PMs, em comparação a 107 mortes em confrontos, das quais 46 ocorreram em serviço e 61 em confrontos ou lesões não naturais fora de serviço.

São Paulo e Rio de Janeiro tiveram mais aumentos

Nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que possuem os maiores efetivos policiais, os suicídios entre policiais civis e militares aumentaram significativamente.

Em São Paulo, os suicídios de PMs da ativa subiram 80%, enquanto no Rio de Janeiro o aumento foi de 116,7%.

Em números absolutos, São Paulo registrou 31 suicídios de PMs em 2023, frente a 19 em 2022. Já no Rio de Janeiro, foram 13 casos em 2023, comparados a 5 no ano anterior.

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Lapsos de memória: se a pessoa começa a perceber que a memória está falhando no dia a dia com coisas muito simples é provável que esteja passando por um episódio de esgotamento mental

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Autoestima baixa: outro sinal de alerta é a sensação de incapacidade, impotência e fragilidade. Nesse caso, é comum a pessoa se sentir menos importante e achar que ninguém se importa com ela

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Desleixo com a higiene: uma das características da depressão é a perda da vontade de cuidar de si mesmo. A pessoa costuma estar com a higiene corporal comprometida e perde a vaidade

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Sentimento contínuo de tristeza: ao contrário da tristeza, a depressão é um fenômeno interno, que não precisa de um acontecimento. A pessoa fica apática e não sente vontade de fazer nada

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Para receber diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, é muito importante consultar um psiquiatra ou psicólogo. Assim que você perceber que não se sente tão bem como antes, procure um profissional para ajudá-lo a encontrar as causas para o seu desconforto

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Além desses estados, outros também registraram mais mortes de policiais por suicídio do que por confrontos. São eles: Acre, Amapá, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Veja quantos policiais cometeram suicídio por unidade federativa:

Causas do aumento

Segundo os pesquisadores do anuário, há várias causas para o aumento dos suicídios entre policiais. A situação, inclusive, não se limita ao Brasil.

“A alta exposição ao estresse e ao trauma é um fator significativo. Em 2023, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, o suicídio se destacou como um problema grave na vitimização policial. Estudos com policiais norte-americanos concluíram que o estresse rotineiro no trabalho está fortemente associado aos sintomas do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). O impacto do TEPT, exacerbado por cronogramas de trabalho desafiadores e distúrbios do sono, vai além dos incidentes críticos decorrentes da natureza arriscada da profissão”, diz o anuário.

O estudo também traz uma reflexão sobre a situação da segurança pública e dos servidores da área, desafiando o poder público a agir.

“Quando um policial militar morre em confronto em serviço, instituições como a de São Paulo costumam realizar operações de vingança, caçando o criminoso responsável. Mas, e agora que a maior causa de morte é o suicídio, o que fazer? Que operações serão realizadas para honrar esses policiais? Quem é o inimigo, se o que adoece o policial é a própria polícia? Será que os governos vão finalmente mostrar, por meio de ações e programas concretos, que a vida do policial importa?”, questiona o relatório.

“Os dados de suicídio trazidos agora pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pùblica nos mostram o quanto estamos falhando em proteger a vida do policial, especialmente do policial militar”, conclui.

Mortes fora de serviço

O aumento nas taxas de suicídio contrasta com a redução nos registros de mortes em confrontos fora de serviço, especialmente entre policiais militares. Nacionalmente, houve uma queda nas mortes de policiais civis fora de serviço, com 12 casos em 2023 contra 20 em 2022. Entre policiais militares, a redução foi de 61 mortes em 2023 ante 92 no ano anterior.

São Paulo registrou uma queda significativa nas mortes fora de serviço, com números caindo de 7 para 4 entre policiais civis e de 19 para 12 entre policiais militares. Em contraste, as mortes de policiais em serviço no estado aumentaram.

Os policiais civis tiveram 3 mortes em confronto em 2023, contra 1 em 2022, enquanto os policiais militares tiveram um aumento de 6 para 9 mortes no mesmo período.

Taxas de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs)

O relatório destaca ainda que os números de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) contra policiais aumentaram em alguns estados, como Mato Grosso (200%), Amazonas (100%), Paraná (100%), Maranhão (66,7%), Pará (17,6%) e Ceará (12,5%).

Por outro lado, houve redução significativa em estados como: Amapá (-100%), Espírito Santo (-100%), Roraima (-100%), Santa Catarina (-100%), Tocantins (-100%), Paraíba (-66,7%), Piauí (-60%), Rio Grande do Norte (-50%), Rondônia (-50%), Rio de Janeiro (-42,1%), Goiás (-40%), São Paulo (-15,2%) e em Pernambuco (-7,7%).

A análise demográfica dos policiais vítimas de CVLI mantém um perfil consistente com anos anteriores: a maioria é de homens (96%), negros (69,7%) e com idades entre 35 e 54 anos (71,6%).

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