Policiais militares do RS viram réus por matar tartarugas a tiros
O caso aconteceu em 21 de setembro de 2017, no 15º Batalhão de Polícia Militar, em Canoas, no Rio Grande do Sul
atualizado
Compartilhar notícia
Dois oficiais da Brigada Militar, a PM gaúcha, viraram réus acusados de matar diversas tartarugas e um pássaro biguá usando uma espingarda calibre 12 e uma pistola, no terreno do quartel da corporação, em Canoas (RS). De acordo com informações do site GaúchaZH, o major Rogério Araújo de Souza, que na época era subcomandante da unidade, e o capitão Fabio Cezar Bilhar negaram as acusações.
O caso aconteceu em 21 de setembro de 2017, no 15º Batalhão de Polícia Militar. Um sargento, durante o Inquérito Policial Militar (IPM), afirmou que viu os disparos sendo efetuados, e outros dois também incriminaram os oficiais. Câmeras de segurança do local mostram os dois homens na região de treinamento, e o major atirando contra a água.
Na época, o então comandante regional, coronel Oto Eduardo Amorim, concordou parcialmente com os crimes. Para ele, houve transgressão às técnicas militares, mas nenhum crime comum ou ambiental. Amorim ainda destacou que não houve comprovação de crime em relação ao capitão Bilhar.
Entretanto, o Ministério Público pensa diferente. Em abril de 2017, a promotoria denunciou os dois como autores das mortes dos animais em “conjunção de esforços”. Em maio de 2019, dois anos depois, a Justiça Militar aceitou a denúncia e os transformou em réus. Araujo e Bilhar respondem por caça de animais sem a devida permissão, com agravantes de serem militares e por motivo fútil.
O MP não pediu o afastamento dos agentes das atividades da corporação, como acontece quando policiais viram réus por crimes. A defesa de Araújo entrou com pedido de anulação de processo, na segunda-feira (02/12/2019), alegando que o caso não é de responsabilidade de julgamento da Justiça Militar. O Judiciário ainda não se manifestou.