Polícia volta a prender Paulo Preto, apontado como operador do PSDB
Ele estava em liberdade desde o último dia 11, quando foi beneficiado por habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes
atualizado
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Após descumprir decisão judicial, o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza foi preso novamente pela polícia, em São Paulo, na manhã desta quarta-feira (30/5). Apontado como operador do PSDB, ele estava em liberdade desde o último dia 11, quando foi beneficiado por um habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Conhecido como Paulo Preto, ele é suspeito de coagir uma mulher acusada no processo que investiga desvio de recursos de R$ 7,7 milhões da empresa – entre entre 2009 e 2011 (durante os governos José Serra e Geraldo Alckmin).
No dia 22 de março, a força-tarefa da Lava Jato ofereceu denúncia contra Paulo Preto e mais quatro por supostamente terem desviado recursos, em espécie e em imóveis. O montante seria destinado ao reassentamento de pessoas desalojadas pela Dersa para a realização das obras do trecho sul do Rodoanel, o prolongamento da avenida Jacu Pêssego e a Nova Marginal Tietê, na região metropolitana de São Paulo.
A denúncia foi aceita e os réus respondem pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e inserção de dados falsos em sistema público de informação. Em fevereiro, autoridades suíças encontraram R$ 113 milhões em quatro contas no país europeu em nome do ex-diretor da Dersa.
Contas fora do Brasil
Em fevereiro, autoridades suíças encontraram R$ 113 milhões em quatro contas no país europeu em nome do ex-diretor da Dersa. Ele foi dirigente da estatal paulista entre 2007 e 2010.
As informações sobre as contas em nome de Souza estavam na decisão em que a juíza federal Maria Isabel do Prado autorizou o bloqueio do montante e o estabelecimento de uma cooperação internacional entre o Ministério Público Federal e a Suíça para recuperar os valores.
“Constam nas informações que, em 7 de junho de 2016, as quatro contas bancárias atingiam o saldo conjunto de cerca de 35 milhões de francos suíços, equivalente a 113 milhões de reais, convertidos na cotação atual”, diz despacho de magistrada.
Cofre roubado
Ladrões descobriram dois cofres em uma casa em Campos do Jordão (SP), de propriedade de Paulo Vieira de Souza. Boletim de ocorrência datado de 30 de abril revela os detalhes da ação dos bandidos que levaram um dos cofres e uma quantia aproximada de R$ 7,3 mil, além de joias, quatro relógios, jogo de faqueiro de prata com 130 peças, três aparelhos de TV, um par de tênis, três óculos escuros, uma bolsa de viagem e dois perfumes femininos.
Outro lado
Em nota, o ex-governador Geraldo Alckmin disse que seu governo “sempre foi intolerante com qualquer desvio de conduta”, e que “os fatos que resultaram nos pagamentos a que se refere a reportagem ocorreram todos entre 2009 e 2010”.
Confira nota na íntegra:
“Em 2011, Geraldo Alckmin determinou a implantação de uma política de governança na DERSA, o que incluiu a estruturação do Departamento de Auditoria Interna que, desde então, realizou investigações que desvendaram e confirmaram desvios e fraudes. Essas investigações internas ampararam o trabalho do Ministério Público Estadual e, posteriormente, do MPF. O governo Geraldo Alckmin sempre foi intolerante com qualquer desvio de conduta. Tanto que nenhum dos pagamentos apontados como irregulares resultaram de decisões tomadas em seu governo. Todos ocorreram entre 2009 e 2010 e os de 2011 referem-se a saldos residuais liberados na gestão anterior.”