Polícia realiza perícia em cela de Garotinho para apurar agressão
O objetivo é esclarecer se o ex-governador foi mesmo agredido
atualizado
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A Polícia Civil realizou nesta quarta-feira (29/11) uma perícia na cela onde ficou o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio. O objetivo, segundo o delegado Wellington Vieira, da 21ªDP (Bonsucesso), é esclarecer se Garotinho foi mesmo agredido, na madrugada de sexta (24) como o político alegou.
De acordo com o delegado, o trabalho foi feito por três peritos engenheiros da Polícia Civil, que vão constatar se há pontos cegos nas câmeras instaladas no presídio. O laudo deverá ficar pronto em sete dias. “Vamos analisar se o sistema de filmagem do local é eficiente ou não, e se é possível ter alguma falha nas gravações”, disse o delegado à reportagem.
Vieira também contou que, na próxima segunda (4) vai colher depoimentos de sete detentos que estão presos no local. Um deles será o ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Côrtes, que aparece nas imagens do presídio prestando atendimento médico ao ex-governador. “Queremos saber se eles ouviram algo de anormal no dia em que Garotinho relata ter sido agredido”, afirmou.O delegado disse ainda que também vai ouvir os seguranças que ficam na porta do presídio, mas adiantou que acha difícil a possibilidade de que alguém estranho tenha invadido o local. “Da portaria da prisão até a cela onde ele estava preso existem 12 portas, que ficam trancadas com cadeado. Acho difícil o acesso de alguém estranho, sem que ninguém possa ter visto”, disse o delegado.
Os agentes penitenciários que trabalhavam no momento da suposta agressão já prestaram depoimento. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) comprovou as lesões de Garotinho, em um dos pés e nos joelhos, mas não conseguiu atestar se foram em decorrência de agressão. O documento só conseguiu atestar que as feridas foram provocadas por “ação contundente”, segundo o delegado.
Em depoimento, Garotinho disse ter sido atingido por um homem branco, com um taco de beisebol, que teria feito ameaças ao investigado, dizendo que “falava demais”. Na terça (28) o Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) requereu formalmente à Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) as imagens de vídeo gravadas na cadeia. A solicitação das imagens foi feita após o MP receber denúncia de possível edição do vídeo oferecido pela Seap.