Polícia procura torcedor do Boca que chamou tricolores de “escravos”
Fala racista foi feita durante uma entrevista ao vivo à emissora TN Argentina, na sexta (3/11). “Escravos, macacos de merda”, disse torcedor
atualizado
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), procura o torcedor do Boca Juniors que proferiu falas racista durante uma entrevista para um canal de televisão da Argentina, na noite dessa sexta-feira (3/11), na praia de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro.
A corporação busca a identificação do homem para que preste esclarecimentos à polícia. Para tal, vai solicitar ajuda ao consulado do país vizinho. O homem deve responder por racismo.
Atos racistas
Durante a entrevista ao vivo para a emissora TN Argentina, ao falar sobre as confusões entre as torcidas de Boca Juniors e Fluminense, os dois times que disputam a final da Copa Libertadores da América neste sábado (4/11), o Maracanã, o torcedor chamou os tricolores de “escravos” e “macacos de merda”.
“Estivemos lá ontem e a família e as mulheres estavam lá. Que esses covardes venham agora procurar o povo do Boca”, diz o torcedor. A repórter, então, questiona sobre os distúrbios no dia anterior na região.”Que distúrbios, se eles têm medo? Escravos, macacos de m*rda”, grita o torcedor do Boca.
Logo após a fala ofensiva, a repórter claramente sai de perto do homem e procura por outros torcedores. Também é possível ouvir os jornalistas que estão no estúdio criticando a fala do torcedor.
Ao portal G1, a delegada titular da Decradi afirmou que o homem responderá por racismo. “É inadmissível esse tipo de conduta, ainda mais em especial, num clima de festivo, internacional. Não se pode tolerar, nem aqui e nem em lugar nenhum, racismo, intolerância e discriminação”, disse Rita Salim.
Clima de festa
Um dia após os confrontos que terminaram com 9 detidos na quinta-feira (2/11), torcedores do Boca Juniors lotaram nesta sexta-feira (4/11) ainda mais o quarteirão onde estão se concentrando em Copacabana nos dias anteriores à final da Libertadores com o Fluminense no Maracanã.
O grupo, novamente com bandeiras e entoando cantos, ocupava totalmente a faixa de areia por um quarteirão inteiro por volta das 16h, na altura do Othon Palace Hotel.