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Polícia prende dono de empresa que teria produzido 349 pesquisas falsas

Empresário é acusado de ter produzido pesquisas para favorecer candidatos em mais de 190 cidades de Goiás

atualizado

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Polícia Civil Goiás
1 de 1 Polícia Civil Goiás - Foto: MP-GO

A Polícia Civil de Goiás prendeu neste sábado (19/12) o empresário Márcio Rogério Pereira Gomes, dono da Ipop Cidades & Negócios. Ele é investigado por suspeita de produzir e divulgar pesquisas falsas que beneficiavam candidatos específicos em mais de 190 cidades de Goiás.

A prisão ocorreu após a Justiça acatar denúncia do Ministério Público (MP). O empresário também é acusado de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Junto com ele, dois familiares, dois funcionários e os prefeitos de Alvorada do Norte, Buritinópolis, Damianópolis e Mambaí também viraram réus.

Investigações do MP identificaram ao menos 349 pesquisas suspeitas neste ano de 2020. De acordo com o órgão, Márcio Rogério produziu as pesquisas sem obedecer os critérios da legislação eleitoral, em bairros que não existem e com oferta criminosa de manipulação de dados.

Segundo o MP, o instituto simulava fazer as pesquisas com dinheiro próprio, em um esquema “filantrópico”. Cada pesquisa tinha custo estimado de R$ 2 mil, o que teria gerado um gasto de R$ 700 mil. Valor que, de acordo com as investigações, é incompatível com o capital de R$ 150 mil da empresa.

“É legítimo que um candidato contrate pesquisas. No entanto, é preciso que sejam divulgadas as informações com o nome do candidato, método e notas fiscais. Em nenhuma das realizadas pela Ipop consta nomes de candidatos como contratantes. Ela agia como se fosse uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos”, afirmou o promotor Douglas Chegury, responsável pelas apurações, em novembro.

O MP destaca que, em 2016, o empresário atuou desta mesma forma em mais de uma centena de municípios de São Paulo, valendo-se de uma outra empresa por ele criada à época. Márcio Rogério responde a processos e tem condenações na Justiça Eleitoral paulista. Com a descoberta de sua atuação em São Paulo, migrou para Goiás este ano e criou a empresa Ipop.

Em outubro, segundo o jornal O Globo, Márcio Rogério afirmou que acusações eram feitas por candidatos insatisfeitos com o resultado das pesquisas. Caso você fosse candidato e saísse um resultado em que você está em segundo ou terceiro, você não ia desqualificar a pesquisa? Estamos ganhando (na Justiça) em toda”, se defendeu.

 

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