Polícia pede avaliação mental de guarda que matou três em bar no Rio
Fábio segue internado sob custódia em estado gravíssimo no Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha. Ataque deixou mais dois feridos
atualizado
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Rio de Janeiro – Um pedido para a instauração de um Requerimento de Incidente de Sanidade Mental foi feito à Justiça pelo delegado Marcus Drucker, que investiga a motivação do guarda municipal Fábio Damon Fragoso da Silva, de 46 anos, para matar três pessoas e ferir outras três num bar em Vigário Geral na segunda-feira (12/7).
Com a medida, a polícia espera que Fábio seja avaliado por junta médica forense, na intenção de atestar se algo interfere na saúde mental do acusado, que foi baleado na perna por policiais militares do 16º BPM (Olaria) após o ataque. Fábio segue internado sob custódia em estado gravíssimo no Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha.
O comissário Gilvan Ferreira, ex-psicólogo das Delegacias de Homicídios da Polícia Civil do Rio, disse en entrevista ao Extra que, se confirmado que Fábio já teve outros surtos anteriormente, o guarda não poderia ter posse de arma. Segundo testemunhas, em 2012, o servidor atacou colegas em Ipanema e chegou a ser afastado.
“Se for isso mesmo, num primeiro entendimento ninguém viu que ele tinha algum tipo de problema? Ele adquiriu uma arma e ninguém viu? Não houve um psicotécnico? É preciso entender se ele é um homem que estava adoecido ou se o surto foi após uma provocação (da frase). Será que ele foi provocado a fala e reagiu de forma violenta? Por isso é preciso entender o que aconteceu naquele momento (dos assassinatos) com o histórico violento que ele possa ter tido anteriormente”, lembra Ferreira.
Fábio Damon Fragoso da Silva ingressou na Guarda Municipal em 2011. A corporação informou, por meio de nota, que os candidatos são avaliados psicologicamente durante o período de formação, e que fornece suporte psicológico aos funcionários, um dos serviços oferecidos pela Coordenadoria de Valorização do Servidor (CVS). Ainda de acordo com a instituição, agentes com atestados médicos e indicação de afastamento temporário são encaminhados para a perícia e acompanhados por profissionais da área da saúde.
Fábio vai responder por homicídio triplamente qualificado, uma vez que os mortos eram conhecidos do atirador – moravam todos na mesma rua do crime. Atpe o momento, o surto psicótico é a principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios da Capital para crime.