RJ: polícia prende quadrilha que furtava carros de luxo para milícia
Criminosos copiavam chaves de carros de luxo de locadoras e instalavam rastreadores. Depois, furtavam os veículos e os forneciam à milícia
atualizado
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Integrantes de uma quadrilha foram presos na manhã desta quinta-feira (18/7), em Campo Grande e Jacarepaguá, bairros da Zona Oeste do Rio. Eles são suspeitos de furtar carros de luxo de locadoras e, depois, fornecê-los à milícia carioca. Esta, por sua vez, revendia os veículos a preços mais populares no Brasil e em outros países.
De acordo com a investigação da Polícia Civil (PC), o esquema funcionava assim: os suspeitos faziam cópias da chaves, instalavam um rastreador no veículo e, quando o carro era novamente alugado, eles o furtavam, tiravam o GPS da locadora para cloná-lo e repassá-lo a milicianos. A milícia revendia os carros a preços mais populares.
Segundo a polícia, carros avaliados em mais de R$ 100 mil eram vendidos por R$ 15 mil nas redes sociais.
São cumpridos 10 mandados de prisão e 23 de busca e apreensão. Segundo informações do g1, até às 7h30, ao menos 7 pessoas haviam sido presas: entre elas o chefe da quadrilha. Ele foi encontrado em casa, em Campo Grande.
Como funcionava o crime
Os investigadores descobriram que um dos investigados ia até as empresas de locação de veículos e alugava o carro. O veículo era levado para endereços de outros integrantes da quadrilha, onde era instalado um rastreador. Depois, eles iam até um chaveiro integrante da quadrilha para fazer uma chave reserva do carro.
Pouco tempo depois, o veículo era devolvido, e os criminosos passavam a monitorá-lo, até que o carro fosse alugado por uma terceira pessoa, sem ligação com os bandidos.
Com o rastreamento em tempo real, os criminosos aguardavam o momento propício, geralmente com o veículo estacionado em locais públicos e de grande circulação, De posse da chave reserva, praticavam o furto.
Depois disso, o veículo era rapidamente levado para endereços utilizados pelos criminosos onde eram realizadas as adulterações de seus sinais identificadores, a clonagem.
Ainda de acordo com os investigadores da polícia, esses veículos eram, posteriormente, vendidos abaixo do mercado em sites de veículos. Os bandidos também faziam cópias de manuais, chaves reserva, carimbos de concessionárias e etc..
Os bandidos vendiam os carros para outros estados e para o Paraguai.
Revenda de peças
Ainda conforme a apuração do caso, alguns dos veículos eram levados para desmanche onde suas peças eram retiradas e posteriormente comercializadas.
De acordo com a Polícia Civil, os criminosos tinham ligação com a milícia da Zona Oeste, que atua em Campo Grande, fornecendo aos milicianos os veículos clonados. Os paramilitares pagavam os valores em armas e dinheiro.
A investigação começou em 2023, após a polícia encontrar 3 desmanches na Zona Oeste. No local, os investigadores encontraram seis homens retirando peças de vários carros.