Polícia investiga se mensagens de ódio induziram suicídio de Popó Vaz
Policial e ativista na luta contra a transfobia, Paulo “Popó” Vaz foi achado morto em seu apartamento, em São Paulo, no dia 14 de março
atualizado
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São Paulo – A Polícia Civil de São Paulo investiga a hipótese de induzimento ou instigação ao provável suicídio do policial civil Paulo Moreira “Popó” Vaz Pereira, 36 anos, achado morto no dia 14 de março em seu apartamento.
Além de investigador, Popó Vaz era um homem trans, ativista e influenciador. Ele é considerado um nome importante da luta contra a transfobia.
Um amigo do rapaz levantou a possibilidade de que Popó Vaz tenha se matado por conta de mensagens de ódio que recebeu. A Polícia Civil vai pedir a quebra do sigilo telefônico e telemático do celular do agente.
“Vamos verificar se houve alguma pressão psicológica em cima dele”, afirmou o delegado Severino Vasconcelos ao Metrópoles. “Pode ser um caso de instigação, ao fazer surgir a vontade de acabar com a própria vida.”
O delegado disse que, se constatadas essas mensagens e identificados os respectivos autores, os responsáveis por manifestações de ódio contra Vaz podem ser acusados de praticar o crime de “induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação”, com pena prevista de 6 meses a 2 anos de detenção.
O caso
De acordo com o boletim de ocorrência, a que o Metrópoles teve acesso, Popó foi achado “sem sinal de vida”, deitado em sua cama, pelo zelador do prédio onde morava. O telefone celular do policial estava ao lado do corpo.
Após a realização de perícia no apartamento e da retirada do corpo para exame no Instituto Médico-Legal (IML), os agentes acharam uma arma na cama. A polícia trata o caso como suicídio, mas ainda aguarda resultado da perícia da arma e do local.
Popó Vaz era casado com Pedro HMC, criador do canal no YouTube Põe na Roda, que comunicou recentemente que ficará afastado das redes sociais depois da morte do marido.