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Polícia investiga pregação “racista” e “homofóbica” em igreja no Rio

“Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay, para!”, disse mulher durante discurso em igreja evangélica de Nova Friburgo

atualizado

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Kakau Cordeiro
1 de 1 Kakau Cordeiro - Foto: Reprodução/Instagram

Rio de Janeiro – A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu um inquérito para apurar um vídeo em que uma mulher identificada como Kakau Cordeiro critica fiéis que defendem e propagam causas políticas, raciais e LGBTQIA+, durante uma pregação na Igreja Sara Nossa Terra, em Nova Friburgo, na Região Serrana do estado.

No discurso, ela pede que os fiéis parem de “levantar bandeiras” e “postem a palavra de Deus”.

“É um absurdo pessoas cristãs levantando bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA+, sei lá quantos símbolos tem isso aí. É uma vergonha, desculpa falar, mas chega de mentiras, eu não vou viver mais de mentiras. É uma vergonha. A nossa bandeira é Jeová em si. É Jesus Cristo. Ele é a nossa bandeira. Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay, para! Posta palavra de Deus que transforma vidas. Vira crente, se transforma, se converta!”, diz a mulher.

O vídeo foi compartilhado pelo deputado estadual Wanderson Nogueira (PDT-RJ) e já teve mais de 23 mil visualizações.

 

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Uma publicação compartilhada por Wanderson Nogueira (@wandersonnogueira)

O delegado titular da 151ª DP (Nova Friburgo), Henrique Pessoa, afirma que “teor claramente racista e homofóbico, o que configura transgressão típica na forma do artigo 20 da Lei 7716/87″.

“De tal modo que a pena é de três a cinco anos com circunstâncias qualificadoras por ter sido feita em mídias sociais e através da imprensa. De tal modo que já foi instaurado inquérito policial pelo crime de intolerância racial e homofóbica, de acordo com a recente previsão do STF”, disse ao G1.

O Coletivo Negro Lélia González de Nova Friburgo também divulgou nota sobre as declarações de Kakau Cordeiro.

“Nós do Coletivo Negro Lélia Gonzalez NF denunciamos, condenamos e repudiamos qualquer forma de discriminação contra a classe trabalhadora e realizada pela mesma reproduzindo a lógica da classe dominante que é racista, facista, lgbtfobica, eugenista, branca, heteronormativa, patrimonialista, patriarcal, branca, lascivos e cristãos. Não podemos dizer que todes cristãs tem comportamento e postura, como esta pessoa, porém não podemos ignorar que ela está expressando a hegemonia dominante. Não devemos naturalizar tais posturas, declarações sem que os órgão tomem devidas medidas, embora estes órgãos expressam interesses da classe dominante. Quando ela faz este ataque, e a todes que defendem o direito da classe trabalhadora que são majoritariamente negras, quando ela de forma superior, ela concorda com a morte da juventude negra, desaparecimento de nossas crianças, e naturaliza feminicídio incidentes nas mulheres negras trans e cia, ela naturaliza o primeiro lugar de morte de mulheres trans e travestis e nosso encarceramento em massa nas senzalas modernas. Racistas, genocidas, Eugenista, Lgbtfóbicos exploradores não passarão! Por uma sociedade onde a diversidade não seja instrumento de dominação e exploração”.

A Igreja Sara Nossa Terra disse que não irá se pronunciar sobre o caso. O Metrópoles tenta contato com Kakau Cordeiro.

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