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Polícia investiga pastor que chamou pregadora de “puta” e “piranha”

Pastor Tupirani Lores também proferiu ataques contra a comunidade LGBTQIA+ após a polícia abrir inquérito contra pregadora Karla Cordeiro

atualizado

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Pastor Tupirani da Hora Lores
1 de 1 Pastor Tupirani da Hora Lores - Foto: Reprodução/YouTube

Rio de Janeiro – A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) instaurou, nesta segunda-feira (23/8), um inquérito para apurar discursos racistas, machistas e homofóbicos por parte do pastor Tupirani da Hora Lores em culto na Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, no Santo Cristo, bairro da zona portuária do Rio de Janeiro.

O discurso foi feito dias após a pregadora Karla Cordeiro passar a ser investigada pela Polícia Civil por pedir aos fiéis da Igreja Sara Nossa Terra de Nova Friburgo, na Região Serrana do estado, que “parassem de postar coisa de preto e de gay”.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, Tupirani Lopes destila ataques e xingamentos contra Karla.

“Minha querida [Karla Cordeiro], não suba mais neste palanque de prostitutas para pregar, você não foi chamada para isso. Eu fui chamado para isso. […] Raça de ‘putas’ e ‘piranhas’, é isso que vocês são”, disse.

O pastor também proferiu ataques contra negros e pessoas LGBTQIA+ ao dizer que bandeiras não deveriam ser levantadas no âmbito religioso.

“A igreja de Jesus Cristo não levanta placa de ‘filho da puta’ negro nenhum, não levanta placa de ‘filho da puta’ de político, não levanta placa de ‘filho da puta’ de ‘veado’. A igreja de Jesus Cristo só levanta a sua própria placa, ‘porra'”, gritou.

Tupirani também chamou o delegado Henrique Pessoa, da 151ª DP (Nova Friburgo), de “babaca” e afirmou que, após pressão do policial, Karla Cordeiro postou uma nota de retratação, na qual diz que foi “infeliz nas palavras”.

Na gravação, é possível ouvir fiéis gritarem “aleluia” e “glória a Deus”, em meio aos insultos do pastor.

Líder da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, Tupirani já foi condenado em 2012 por “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, crime cuja pena varia de um a três anos. Na ocasião, segundo a sentença, o pastor mantinha um blog em que atacava a Igreja Católica, religiões de matriz africana e judeus, em sinal de “intolerância religiosa”.

Em março deste ano, o pastor foi alvo de uma operação da Polícia Federal após defender um “massacre de judeus” em um culto e dizer que o grupo “deveria ser envergonhado como foi na 2ª Guerra Mundial”.

O Metrópoles tenta contato com o pastor Tupirani da Hora Lores.

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