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Polícia investiga elo entre cúpula do jogo do bicho e advogado morto

Advogado Rodrigo Crespo foi morto a tiros no Rio. Polícia acredita em ligação entre crime e a “Santíssima Trindade” do jogo do bicho

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Imagem colorida do policial militar Leandro Machado da Silva, suspeito de matar advogado no Rio - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida do policial militar Leandro Machado da Silva, suspeito de matar advogado no Rio - Metrópoles - Foto: Reprodução

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que investiga a execução do advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, apura a possível ligação do crime com a contravenção e a nova cúpula do jogo do bicho no Rio de Janeiro, conhecida como “Santíssima Trindade”.

Isso porque o policial militar Leandro Machado da Silva, de 39 anos, que se entregou nessa terça-feira (5/3) à polícia, e é considerado o responsável por coordenar o assassinato do advogado, tem um vínculo com Vinícius Pereira Drumond – herdeiro do bicheiro Luiz Pacheco Drumond, que morreu devido a um AVC, em 2020 – e o contraventor Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho.

Os dois e o bicheiro Rogério Andrade seriam os integrantes da nova cúpula.

Rodrigo foi executado no último dia 26 de fevereiro, na Avenida Marechal Câmara, a 50 metros da sede da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio, próximo ainda da Defensoria Pública e do Ministério Público do Rio. O crime ocorreu a luz do dia.

Um homem, usando uma balaclava, saiu de um Gol branco e dirigiu-se até a calçada, onde estava o advogado, disparando 21 tiros contra a vítima.

A Polícia Civil ainda não sabe o que motivou o crime.

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Acusados de matarem advogado a tiros terão prisão preventiva
Advogado assassinado em frente à OAB no Rio
Advogado foi morto no Centro do Rio de Janeiro
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Assassinos mataram advogado em área movimentada no Rio de Janeiro

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Elo com a jogo do bicho

De acordo com a polícia, o nome do PM Leandro Machado consta num grupo de amigos do WhatsApp, onde também aparece o cabo da PM Rafael do Nascimento Dutra, de 35, conhecido como Sem Alma, apontado como chefe da segurança de Adilsinho.

Uma foto de Machado com Dutra, obtida pela DHC, também revela a amizade entre os dois, fortalecida no quartel do 15º BPM (Duque de Caxias).

Segundo informações do jornal O Globo, é na cidade da Baixada Fluminense, que fica o reduto de Adilsinho. O contraventor é suspeito de comandar a máfia do cigarro ilegal no município.

Em maio de 2021, ele ficou conhecido pela festa de aniversário que patrocinou no Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio, em plena pandemia, com trilha sonora do filme “Poderoso Chefão”. Um dos convidados do bicheiro, inclusive, foi Sem Alma.

Adilsinho também é apontado como o mandante dos assassinatos do miliciano Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, e de Alexsandro José da Silva, o Sandrinho, numa investigação da DHC, em novembro de 2022.

Catiri era braço direito do bicheiro Bernardo Bello, ex-genro de Waldemir Paes Garcia, o Maninho, executado em 2004. Bello, que está foragido da Justiça, é inimigo do bicheiro Rogério Andrade. Considerado integrante da “Santíssima Trindade”, Andrade foi preso em flagrante pela Polícia Federal, em agosto de 2023, acusado de continuar no comando da contravenção.

No local da prisão, uma casa em Petrópolis (RJ), os agentes encontraram uma lista com pagamento de propina para uma delegacia da Polícia Civil. Atualmente, Andrade faz uso de tornozeleira eletrônica e precisa se recolher até 20h. A DHC não encontrou, até o momento, ligação do bicheiro com a morte de Rodrigo Crespo.

Mais ligações

Já Vinicius é o vice-presidente da escola de samba Imperatriz Leopoldinense. Além de ter Machado como chefe de segurança, o carro usado para fazer a vigilância do advogado morto foi alugado na mesma locadora que Vinicius tem contratos de aluguel como uma espécie de cliente vip.

Em depoimento a DHC, o dono da locadora informou que foi Vinicius quem o apresentou ao policial militar. O advogado do filho de Luizinho Drumond, Carlos Lube, disse, em nota, que “não consegue vislumbrar qualquer possível relação (de seu cliente) com o advogado Rodrigo”.

Em entrevista coletiva na segunda-feira (4/3), na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, o diretor do Departamento de Homicídios, delegado Felipe Curi, ressaltou que havia uma assinatura de determinado grupo criminoso investigado pela DHC no crime contra o jurista.

Curi referia-se justamente ao bando de Sem Alma. Nos bastidores, o novo grupo de matadores de aluguel do PM, que está foragido, é denominado como “Escritório do Crime 2”.

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